Mesmo se reformas forem aprovadas, construtoras não devem ter crescimento.
Acabou o ano para a construção civil. Esse já é o diagnóstico de parte do setor no início de maio.
Mesmo que a reforma da Previdência seja aprovada e venham medidas para destravar a economia, dificilmente o mercado formal de obras crescerá em 2019, segundo os mais pessimistas.
Quem ainda pode se beneficiar são empresas de material de construção ou escritórios que atuam no início dos projetos —a construção propriamente dita deve colher os frutos só em 2020.
Timing?“Há um lapso de tempo entre a tomada de decisão de investimento e o desembolso no canteiro”, diz Eduardo Zaidan, do Sinduscon-SP (sindicato da construção). A estimativa é que o PIB do setor suba 1% a 2%, mas impulsionado pelo mercado informal, não pelas construtoras.
Despesa?Para piorar a situação, os custos estão em alta. A inflação do setor nos últimos 12 meses até abril cresceu 6,59% —só insumos como areia e aço, por exemplo, avançaram mais que 12%.
Ânimo?No mesmo período, a quantidade de imóveis retomados por inadimplência caiu 15,5%, o que pode indicar melhora no segmento.
Folha de São Paulo, 03 de maio de 2019