Levantamento feito pela consultoria ManpowerGroup com 850 empregadores brasileiros mostra que 68% deles não pretendem contratar ou demitir, enquanto outros 11% planejam reduzir quadro.
Apenas 16% dos empregadores brasileiros pretendem aumentar o quadro de funcionários de suas empresas nos últimos três meses deste ano. A maioria – 68% – prevê manter esse quadro estável, segundo uma pesquisa da consultoria ManpowerGroup divulgada nesta quinta-feira (13).
“Considerando o trimestre turbulento com a incerteza do cenário eleitoral e a recessão econômica, essa tímida previsão de crescimento representa boas perspectivas. Acreditamos na recuperação da economia e em melhorias do mercado de trabalho após a conclusão das eleições”, disse o executivo.
“A gente tem percebido que existe um aumento da contratação de trabalhadores temporários. Isso é, até mesmo, uma estratégia das empresas diante do quadro de incertezas”, disse.
Comparativo por setor
“A maioria das empresas [do segmento industrial] tem uma capacidade ociosa muito grande, que é fruto dos investimentos feitos até 2014. Existe o maquinário parado. Então, não precisa fazer novos investimentos, mas contratar pessoal para usar os equipamentos que estão parados”, disse.Os empregadores de no setor de agricultura, pesca e mineração relataram uma perspectiva “cautelosamente otimista”, segundo a consultoria, assim como as do setor de finanças/Seguros e Imobiliário. Também positivas são as perspectivas nas áreas de Administração Pública/Educação, bem como para o setor de Comércio Atacadista e Varejo.
No lado negativo, a pior perspectiva é no setor de construção civil, cujas empresas demonstraram a possibilidade de redução do quadro de funcionários.Por porte de empresa
Segundo a consultoria, empresas de grande porte são as que apresentam as melhores expectativas nas folhas de pagamento nestes próximos três meses. As médias e pequenas empresas têm expectativas mais cautelosas, enquanto as microempresas se mostram menos otimistas.Na pesquisa, foram classificados quatro categorias de porte de empresas de acordo com o número de funcionários. Foram consideradas microempresas aquelas com menos de 10 funcionários; pequenas empresas as que têm entre 10 e 49 funcionários; médias empresas com quadro de pessoal entre 50 e 249, e grandes empresas são aquelas com 250 ou mais funcionários.Por regiões
Ainda de acordo com a pesquisa, empregadores de quatro das cinco regiões pesquisadas esperam aumentar as folhas de pagamento durante o último trimestre deste ano. A mais otimista é no estado do Paraná, seguida por São Paulo e Minas Gerais. Já no Rio de Janeiro o cenário segue negativo, sem boas perspectivas de geração de vagas.“O Rio de Janeiro é o único estado que ainda não se recuperou. Ele tem uma dependência muito grande da indústria de óleo e gás, que está muito vinculada à [operação] Lava-Jato, com contratos paralisados”, enfatizou o CEO da ManpowerGroup, Nilson Pereira.
Comparações internacionais
De acordo com Pereira, 43 dos 44 países e territórios pesquisados apresentam perspectiva de contratações no último trimestre. O Brasil ocupa, segundo ele, a 30ª posição com as melhores expectativas de geração de vagas no período.“A confiança geral do empregador é pouco alterada em relação aos trimestres anteriores e a maioria dos empregadores permanece resilientes, aparecendo o conteúdo para se envolver em níveis modestos de atividade de contratação em um cenário de desafios associados a um realinhamento de parceiros comerciais globais e negociações tarifárias contínuas”, destacou a consultoria.Segundo o levantamento, a confiança na contratação para o quarto trimestre é mais forte no Japão, Taiwan, Estados Unidos, Romênia e Eslovênia, enquanto as perspectivas de contratação mais fracas são relatadas na Suíça, Argentina, França e Itália.