Centrais sindicais dizem não à Previdência defendida por Bolsonaro

13 de novembro de 2018

O modelo de Previdência Social do Chile foi rejeitado nesta segunda-feira (12) pelas nove centrais sindicais brasileiras reunidas em plenária nacional realizada em São Paulo. A atividade reuniu cerca de 250 sindicalistas de diversas categorias profissionais e contou com a participação de Mario Reinaldo Villanueva Olmedo, dirigente da Confederación Fenpruss, que esclareceu sobre os prejuízos que a Previdência chilena trouxe aos trabalhadores daquele país. 

Por Railídia Carvalho

 

Todas as centrais sindicais brasileiras, nove ao todo, se reuniram nesta segunda-feira (12) em debate em defesa da aposentadoria
Todas as centrais sindicais brasileiras, nove ao todo, se reuniram nesta segunda-feira (12) em debate em defesa da aposentadoria

 

Dirigentes ouvidos pelo Portal Vermelho avaliaram que as centrais sindicais deram uma demonstração de força e unidade em defesa do direito do trabalhador à aposentadoria. Ficou definido um calendário de ações nacionais que acontecerão nos dias 22 e 26 de novembro em superintendências da Previdência e do Ministério do Trabalho. Neste dia 26, haverá protestos contra o fim do Ministério do Trabalho, anunciado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

“Desastre”, definiu Wagner Gomes referindo-se ao modelo de capitalização defendido para a Previdência brasileira por Bolsonaro. “O dirigente chileno fez uma apresentação técnica de como foi implantado e quais os impactos do modelo no Chile. Foi um desastre tanto para o estado chileno quanto para os trabalhadores. O dinheiro depositado pelos trabalhadores vai render muito pouco para quem deposita. Quem vai ganhar são os bancos”, afirmou ao Portal Vermelho. 

Para Clemente Ganz, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos (Dieese), o debate deixou claro que optar pelo modelo chileno pode ser suicídio econômico. 

“Desde a implantação do sistema o Chile se propôs a entregar entre 70% e 100% do salário com o qual o trabalhador se aposentou. Em 2020 seria a data para isto acontecer. Atualmente, os homens recebem 33% do salário com que se aposentaram e as mulheres 25%. É uma proposta que restringe direitos. O que as centrais propõem é ampliação dos direitos”. 

João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário geral da Força Sindical, considerou a plenária positiva e afirmou que é a primeira de muitas que acontecerão neste ano e no próximo ano. “Fortalece o movimento e será um ponto de partida para ampliar o debate sobre a previdência para diversos setores da sociedade como Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)”.

De acordo com Juruna a exposição sobre o modelo de Previdência chilena esclareceu os sindicalistas de que pode ser prejudicial para o Brasil. “A ideia que saímos é que a experiência chilena não é uma boa. Querem trocar uma pela outra”. 

 

Vermelho, 13 de novembro de 2018