Com menos gente à procura, desemprego estaciona em São Paulo. Informalidade sobe e renda cai

31 de julho de 2019

Mercado de trabalho fechou vagas em junho, mas mesmo assim a taxa não subiu porque diminuiu o número de pessoas procurando trabalho na região metropolitana. Em 12 meses, total de autônomos cresceu 15% e renda caiu 8%.

 

Em 12 meses, na Grande São Paulo, número de empregados com carteira cresceu 1,3%, o de sem-carteira subiu bem mais (4,5%) e o de autônomos disparou (15%) – REPRODUÇÃO

 

Com menos gente à procura de trabalho – o que pode indicar desalento –, a taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo atingiu 16,6% em junho, ante 16,8% no mês anterior. Mas não houve criação de vagas no mês passado: a taxa recuou ligeiramente porque o número de pessoas que saiu do mercado (48 mil) foi maior que o de fechamento de postos de trabalho (17 mil). Com isso, o total de desempregados caiu em 31 mil, para estimados 1,890 milhão. Os dados são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), da Fundação Seade e do Dieese, divulgada nesta terça-feira (30).

Em 12 meses, a População Economicamente Ativa (PEA) cresceu em 307 mil, enquanto o mercado de trabalho abriu 300 mil ocupações. Com isso, o número de desempregados aumentou em 7 mil no período.

O desemprego teve comportamento diferente conforme a área pesquisa. A taxa aumentou na capital paulista, de 15,9% para 16,4%. E diminuiu na chamada sub-região sudeste, que inclui o Grande ABC, de 14,6% para 13,6%. Também teve recuo na sub-região leste, de 20,6% para 18,4%.

Entre os setores, o de serviços fechou 48 mil postos de trabalho (-0,8%), enquanto a indústria de transformação eliminou 31 mil (-2,3%). Dieese e Seade apuraram alta no comércio/reparação de veículos, com 63 mil vagas a mais (3,7%), e quase estabilidade na construção civil (-1 mil, ou -0,2%). No período de um ano, indústria e construção fecham vagas (menos 96 mil e 37 mil, respectivamente) e serviços e comércio criam (282 mil e 129 mil).

De maio para junho, o total de assalariados com carteira assinada caiu 1,1% e o de sem-carteira recuou 1,4%. Cresceu o número de empregados domésticos (7,3%) e, em menor proporção, de autônomos (0,3%). Em 12 meses, o total de sem-carteira subiu mais do que o de empregados com carteira: 4,5% e 1,3%, respectivamente. Já o total de autônomos aumentou em 15%.

Estimado em R$ 2.008, o rendimento médio dos ocupados caiu 4,2% no mês. Em 12 meses, despencou: -8,3%.

RBA, 31 de julho de 2019