Central sindical alerta que trabalhadores terão que trabalhar mais e correm o risco de não se aposentarem se a proposta for aprovada.
Como parte da campanha Quero viver depois de trabalhar – Não mexa na minha aposentadoria, a CTB lançou um vídeo nas redes sociais contra a “reforma” da Previdência do governo Bolsonaro. Na peça, que começou a circular nesta terça-feira (23), crianças são chamadas a realizar uma tarefa em troca de determinada recompensa. Cumprido o combinado, em vez da retribuição prometida, elas recebem uma nova carga de trabalho. Segundo a central, o objetivo da campanha é alertar a população sobre os riscos da proposta do governo Bolsonaro.
Com a falsa justificativa de combater privilégios, mais de 90% do que o governo pretende economizar deve sair do Regime Geral da Previdência Social, responsável pelo pagamento das aposentadorias dos trabalhadores da iniciativa privada.
A medida também prevê o aumento do tempo de contribuição, com idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres conseguirem se aposentar. O governo também quer mudar regras da aposentadoria rural e cortar o Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago aos 65 anos a pessoas pobres que não conseguiram se aposentar.
O governo também pretende alterar o funcionamento do sistema das aposentadorias, que hoje funciona segundo o modelo de repartição – quando os trabalhadores da ativa financiam os que já se aposentaram – para o modelo de capitalização, que funciona como poupanças individuais. Países, como o Chile, que adotaram a capitalização começam a rever o modelo, já que a maioria dos aposentados passaram a receber menos de um salário mínimo.
Aprovada nesta terça-feira (23) na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Câmara, o projeto segue para uma comissão especial, que analisa o mérito da proposta, antes de ser votada pelo conjunto dos deputados. A oposição ainda tenta anular na Justiça a votação na CCJ, já que o governo não apresentou estudos que embasariam a matéria.
Contra a “reforma” do governo Bolsonaro, as centrais sindicais farão ato unificado, em São Paulo, na próxima quarta-feira (1º), no Dia Internacional do Trabalhador.
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