Diretor do Dieese: valorização do mínimo diminui desigualdades

17 de abril de 2019

O diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, afirma que a política extinta por Bolsonaro é um instrumento importante de elevação do poder de compra dos menores salários.

 

 

O fim da política de valorização do salário mínimo, anunciada na segunda-feira 15, pelo governo Bolsonaro, é uma medida que penalizará principalmente os mais pobres, de acordo com análise do diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio. “Acabou esse instrumento importante de elevação do poder de compra dos menores salários da economia brasileira”.

Com a descontinuidade dos reajustes anuais baseados na variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes e pela inflação do ano anterior, a remuneração básica para 2020 está prevista pelo governo em R$ 1.040. Na prática, Bolsonaro confirmou os ataques que já vinham sendo feitos à política de valorização.

Clemente lembra que sem a política implementada em 2004, hoje a remuneração poderia ser de R$ 573, um valor R$ 425 menor que os R$ 998 estabelecidos como o mínimo. “Esses R$ 425 de aumento colocam na economia R$ 265 bilhões ao ano”, destaca. “É uma política fundamental para diminuir as desigualdades e essencial para que o mínimo, crescendo, se aproxime do valor do salário necessário calculado pelo Dieese, que hoje é de R$ 4.300”, justifica o diretor técnico.

 

Rede Brasil Atual, 17 de abril de 2019