Entenda o que está em jogo na relação entre o Brasil e a OCDE

21 de março de 2019

País aguarda uma resposta a seu pedido para tornar-se membro da organização; nesta terça, EUA manifestaram apoio, mas exigem que país retire tratamento especial na OMC.

 

Há quase dois anos, o Brasil aguarda uma resposta sobre seu pedido para tornar-se membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),o chamado “clube dos ricos”. O país é “parceiro-chave” da organização desde 2007.

A OCDE é uma organização que visa promover a cooperação e discussão de políticas públicas e econômicas para guiar os países que dela fazem parte.
O pedido do Brasil foi feito pelo governo do então presidente Michel Temer. Mas nada foi decidido por falta de acordo entre os países membros – tendo os Estados Unidos como um dos maiores empecilhos.
Além do Brasil, outros cinco países também aguardam uma decisão para entrar na OCDE: Argentina, Peru, Croácia, Bulgária e Romênia. O Brasil foi o último a solicitar o ingresso.
Inicialmente, o governo americano relutou em permitir a entrada simultânea de vários postulantes e queria que a Argentina tivesse preferência sobre o Brasil, alegando que a análise de vários pedidos atrapalharia o funcionamento da organização.
 

Fatores positivos e negativos do Brasil na OCDE — Foto: G1 Fatores positivos e negativos do Brasil na OCDE — Foto: G1

 

Contudo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira (19) que os EUA estão dispostos a apoiar a entrada do Brasil na OCDE, desde que o país deixe a lista de países de tratamento especial e diferenciado da OMC.
Em encontro na Casa Branca com o presidente Jair Bolsonaro, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que apoia o ingresso do Brasil na organização.

Benefícios para o Brasil

Os defensores da iniciativa brasileira argumentam que a adesão à OCDE pode favorecer investimentos internacionais e as exportações, aumentar a confiança dos investidores e das empresas e ainda melhorar a imagem do país no exterior, favorecendo o diálogo com economias desenvolvidas.
No caso de países emergentes, a entrada na OCDE pode possibilitar também a captação de recursos no exterior a taxas de juros menores.

Requisitos para entrar na OCDE

Para entrar no acordo, é preciso implementar uma série de medidas econômicas liberais, como o controle inflacionário e fiscal. Em troca, o país ganha um “selo” de investimento que pode atrair investidores ao redor do globo.
Dos 238 instrumentos normativos da OCDE ao qual um país deve aderir para se tornar membro, o Brasil havia assinado 39 e pedido para aderir a outros cerca de 70 até meados do ano passado.

Países membros

Nos últimos anos, países como Letônia, um dos mais pobres da Europa, e Turquia, se tornaram membros da OCDE.
Já são 36 os países membros. A Costa Rica, cuja candidatura foi aprovada em 2015, está em processo de adesão.
  • Austrália
  • Áustria
  • Bélgica
  • Canadá
  • Chile
  • República Tcheca
  • Dinamarca
  • Estônia
  • Finlândia
  • França
  • Alemanha
  • Grécia
  • Hungria
  • Islândia
  • Irlanda
  • Israel
  • Itália
  • Japão
  • Coreia do Sul
  • Lituânia
  • Letônia
  • Luxemburgo
  • México
  • Holanda
  • Nova Zelândia
  • Noruega
  • Polônia
  • Portugal
  • Eslováquia
  • Eslovênia
  • Espanha
  • Suécia
  • Suíça
  • Turquia
  • Reino Unido
  • Estados Unidos

 


G1, 21 de março de 2019