Estado Mínimo?

13 de dezembro de 2018

A maioria dos governantes e dos políticos, para justificarem a crise que eles mesmos criaram, só falam em cortes de “gastos”.

Por Aluísio Arruda*

 

 

O governo Temer inventou o Teto de Gastos e congelou por 20 anos os recursos para a saúde, educação e outras necessidades da população. Governadores, prefeitos e até o futuro presidente que prometeu ser diferente, adotam a mesma receita. Além dos cortes, não param de subir os impostos e criar taxas e mais taxas adicionais.

São valentes para cortar na carne as necessidades do povo. Não se importam que milhares permaneçam desempregados, morram sem atendimento médico ou de fome. Mas são covardes para enfrentarem os credores, os bancos e os agiotas da dívida pública, que sugam quase metade da arrecadação dos Estados e da Federação.

São arrogantes e ágeis para retirar direitos dos trabalhadores, mas são fracos e benevolentes com deputados, senadores, juízes, e outros marajás que além de altos salários, recebem adicionais, duas férias por ano, verbas indenizatórias e outras mordomias.

O problema do Brasil não são os gastos com saúde, educação e outras necessidades da população. O problema é a dívida do pais e dos Estados com juros exorbitantes, os mais altos do mundo. Uma dívida que ninguém explica porque virou uma bola de neve, e porque quanto mais se paga, mais ela aumenta.

E o problema não é só os juros que no Brasil já consome 47% de todos os impostos e taxas que pagamos, mas a exigência dos credores e agiotas para que, além dos cortes de “gastos”, fechemos importantes órgãos públicos e adotemos, como já promete o futuro mandatário do pais, uma privatização geral das nossas mais lucrativas empresas, dos nossos ricos poços de petróleo, e outras riquezas, tudo, evidentemente, ao preço de bananas.

Certamente esse não é o caminho para o desenvolvimento do país, nem da melhoria de vida dos brasileiros. O que ocorre é que a cada dia se impõe ao nosso povo, o Estado mínimo, a pobreza, e para os magnatas, principalmente nossos exploradores, o Estado máximo e a riqueza.

 

 

Vermelho,  de dezembro de 2018