Pressionados pelos partidos que compõe o chamado “Centrão”, o governo Bolsonaro já admite retirar da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06/2019 da reforma da previdência as novas regras da aposentadoria rural e do Benefícios de Prestação Continuada (BPC).
Ao sair de uma reunião nesta terça (2) com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e deputados, o secretário de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, admitiu que os dois itens podem ser suprimidos da PEC.
Marinho afirmou que a “certamente a vontade soberana do Congresso Nacional se fará ouvir e representar. Se a maioria assim entender, os itens serão suprimidos”, disse ele à Agência Brasil.
“Até porque o papel do parlamento é aperfeiçoar o projeto, é de apresentar propostas que de alguma forma consigam melhorar o texto que foi apresentado pelo Executivo”, acrescentou.
Segundo o líder do PSD, André de Paula (PE), que também participou da reunião na manhã de hoje, a retirada do BPC e da aposentadoria rural da reforma já é um ponto pacificado da bancada.
“Nós, na semana passada, junto com outros líderes – partidos que somados têm mais de 290 deputados – formalizamos a nossa posição de apoio à reforma da Previdência, mas que a aposentadoria rural e o BPC são pontos que nós não vamos considerar”, disse ele, referindo-se ao documentos de unidades dos partidos do Centrão.
O deputado Júlio César (PSD-PI) disse que a exclusão das novas regras do BPC e da aposentadoria rural fará com que a resistência dentro do partido à aprovação da reforma seja “muito pequena”.
André de Paula afirmou que o partido não vai fechar questão para que todos os deputados votem a favor da reforma. “Essa não é a tradição do nosso partido. Sempre tivemos a tradição de discutir internamente, de buscar construir unidade. A nossa bancada, de fato tem boa unidade, mas de respeitar a individualidade dos deputados”, disse.