Um índice inédito divulgado nesta quarta-feira (16) mede o poder de barganha do trabalhador brasileiro na hora de conseguir um emprego.
Em uma empresa de tecnologia da informação, por exemplo, falar inglês é o mínimo. O patrão quer que os funcionários tenham boa formação e capacidade de se comunicar.
O mercado de trabalho é exigente, mas quem está dando as cartas agora é quem procura emprego.
“Três, quatro anos atrás você conseguia em dois ou três dias fechar uma vaga. Hoje você pode levar até três semanas para conseguir isso”, disse o sócio-diretor da empresa de TI Elumini, Gilberto Martins.
Com o mercado aquecido, o trabalhador ganhou poder de barganha. Nos últimos anos, para manter um funcionário ou atrair novos talentos, as empresas se viram obrigadas a rever suas propostas de salário.
Agora, um indice traduz em números o que acontece todos os dias na mesa de negociação. O novo indicador, inédito, é calculado pela Fipe em parceria com a Catho, maior site de classificados de currículos e vagas do país.
Num periodo de três anos o salário médio oferecido pelas empresas aumentou 21%. Já a média dos salários de fato contratados cresceu 34%. O dobro da inflação acumulada nesse período, que foi de 17,6%.
Em novembro, os salários de contratação ficaram, em média, 4% maiores do que a oferta inicial do patrão. Os números da série historica mostram que esse ganho tem limite.
“O maximo que a gente observou foi realmente uma vantagem pro trabalhador de 10%. Então o trabalhador, se receber uma oferta de emprego, na hora de pedir um pouquinho a mais no seu salario, saiba que é dificil conseguir muito a mais, mas um pouquinho é possivel. Claro, cada caso é um caso, mas é importante ter uma idéia dessa magnitude”, afirmou o coordenador do índice Catho-Fipe, Eduardo Zylberstajn.
Fonte: G1, 17 de janeiro de 2013