Para impulsionar a entrada da geração “nem-nem”, novo governo propõe a retirada de direitos trabalhistas. Para os jovens, precariedade pode comprometer o futuro.
Para estudantes e recém-formados ouvidos pela TVT, a “reforma” trabalhista, diferentemente do que anuncia o governo Bolsonaro, compromete o futuro de todos os trabalhadores, em especial dos que estão tentando ingressar no mercado de trabalho. “Trabalhar em situações precárias não tem como”, contesta Gabriela de Souza Fávaro Lopes, de 17 anos.
Estar fora da escola ou sem um emprego, podem indicar, na verdade, a crescente falta de oportunidades enfrentada pelos jovens, como constatou pesquisadores do Dieese a partir do resultado do terceiro trimestre de 2018 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, realizada pelo IBGE, e que contraria a ideia de que a situação de inatividade é de responsabilidade apenas da geração conhecida como “nem-nem” – nem estudando e nem empregado.
A jovem Ana Cristina Almeida da Silva, de 18 anos, conhece de perto essa realidade. Mesmo com duas formações técnicas, concluídas no ano passado, Ana não conseguiu nenhuma oportunidade de trabalho, seja por restrições impostas por sites de busca online, que exigem pagamento para acessar uma vaga, ou pelos critérios dos empregadores, como por exemplo exigir experiência de quem, muitas vezes, está em busca do primeiro emprego. “Eu acabava não tendo opção”, afirma, à repórter Michelle Gomes, do Seu Jornal.
No Brasil, o número de pessoas entre 15 e 29 anos que estão sem trabalho e fora de instituições de ensino já ultrapassa a casa dos 11 milhões e, segundo acrescenta o economista do Dieese Gustavo Monteiro, apenas 5% dessa parcela de fato não quer trabalhar.
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