Na véspera do Dia do Trabalhador, quem comemora é o patrão

2 de maio de 2019

Segundo balanço divulgado pela CNI, quase 70% das propostas da indústria para os 100 primeiros dias de governo “encontram-se em evolução positiva”. Incluindo a “reforma” da Previdência.

Na véspera do 1º de Maio, Dia do Trabalhador, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou balanço no qual destaca os “avanços” do setor empresarial nos primeiros meses de governo Bolsonaro. Após 100 dias, a entidade avalia que “os resultados desse período são positivos para a indústria brasileira”. Segundo a CNI, quase 70% das propostas, “ainda que não realizadas plenamente, encontram-se em evolução positiva”.

Desse conjunto de propostas, a entidade empresarial cita a conclusão da “reforma” trabalhista, que foi aprovada no governo Temer – com forte influência da própria CNI – e encontra amplo apoio da atual gestão, até para “aperfeiçoá-la”. E destaca a “reforma” da Previdência, que se encontra em “estágio avançado de conclusão”.

A confederação lembra que no final do ano apresentou 36 propostas para os primeiros 100 dias de Bolsonaro. “As recomendações foram construídas com base nos 42 documentos que a CNI apresentou aos candidatos à Presidência da República em 2018 e buscam auxiliar o governo a pavimentar e impulsionar o caminho do Brasil para o desenvolvimento econômico e social”, afirma.

Desses 36 propostas, sete foram concluídas ou estão em “estágio avançado de conclusão”, diz a CNI. Outras 18 se encontram em estágio intermediário ou inicial. O governo não se manifestou sobre 10 e rejeitou uma, sobre estímulo à Câmara de Comércio Exterior (Camex). 

“A agenda dos 100 primeiros dias apresentada pela indústria foi construída tanto para o Executivo quanto para o Legislativo, dada a importância de ambos os poderes para o aumento da competitividade do país. Nossa avaliação é positiva, com o avanço do governo e do Congresso em relação a 70% das nossas propostas”, diz o presidente em exercício da CNI, Paulo Afonso Ferreira, que considera fundamental o projeto sobre a Previdência.

“Como a reforma ainda não foi aprovada, é necessário concentrar esforços para a sua conclusão. A reforma da Previdência é central para o processo de equilíbrio de longo prazo das contas públicas e para a melhora da confiança no país”, afirma o diretor de Políticas e Estratégia da entidade, José Augusto Coelho Fernandes.

 

RBA, 02 de maio de 2019