O nível de atividade da indústria da construção civil atingiu 43,1 pontos em junho – o menor patamar em 11 meses –, contra 46 pontos em maio, segundo o Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção de Minas Gerais (Iceicon-MG). Esta foi a quarta queda consecutiva e o terceiro mês seguido em que o indicador ficou abaixo de 50 pontos – valor que separa otimismo de pessimismo no setor.
O Iceicon nacional também recuou no mês passado, frente a maio, saindo de 48,2 pontos para 53,8 pontos, e voltou a apontar falta de confiança dos empresários da construção no Brasil. Os resultados foram fortemente impactados pela greve dos caminhoneiros, que parou o País por 11 dias em maio.
Em relação a igual época de 2017, houve baixa de 3,2 pontos, acumulando queda de 8,2 pontos no primeiro semestre de 2018. E, de acordo com a gerente de Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Daniela Britto, os componentes do Iceicon-MG, que envolvem condições atuais e expectativas, influenciaram a queda no mês.
“O efeito da paralisação dos caminhoneiros ocorreu não somente pelo impacto em todas as atividades, mas por ter se tratado de um evento que abalou ainda mais a confiança dos agentes econômicos em todo o País”, avaliou.
O índice de condições atuais recuou 4,9 pontos na passagem de maio (41,9 pontos) para junho (37 pontos), representando a maior queda mensal do indicador em quase quatro anos. O resultado foi 3,1 pontos inferior ao registrado em junho do ano passado e o pior desde janeiro de 2017 (35,3 pontos). “O índice encontra-se abaixo de 50 pontos desde novembro de 2012”, completou.
Já o indicador de expectativas, que sinaliza as perspectivas dos empresários para os próximos seis meses, recuou pelo quarto mês consecutivo entre maio e junho, chegando a 46,3 pontos. “O índice mostrou pessimismo dos construtores pelo segundo mês sucessivo, após oito meses de resultados acima de 50 pontos, e foi 3,5 pontos inferior ao de junho de 2017”, disse.
Da mesma maneira, os resultados da Sondagem da Indústria da Construção de Minas Gerais referentes a maio continuaram apontando recuo da atividade e do emprego, com resultados abaixo da linha de 50 pontos.
O nível de atividade em relação ao usual registrou, mais uma vez, retração e chegou a 25,2 pontos, com o menor valor desde março de 2017. O índice de atividade apresentou leve recuo no quinto mês de 2018 (42,7 pontos) na comparação com abril (43 pontos), o que fez com que o resultado mantivesse a queda da atividade desde novembro de 2012. No indicador de emprego houve queda novamente em maio: 43,3 pontos. O resultado ficou estável em relação ao apurado em abril (43,3pontos), mas o índice continua inferior a 50 pontos há quase quatro anos.
Expectativa – Também conforme a gerente de estudos econômicos da Fiemg, os índices de expectativa, que demonstram a percepção dos empresários em relação à evolução do nível de atividade, dos novos empreendimentos e serviços, da compra de insumos e matérias-primas e do emprego para os próximos seis meses, confirmaram o pessimismo entre os empresários.
O índice de expectativa de nível de atividade diminuiu 6,1 pontos entre maio (51,5 pontos) e junho (45,4 pontos), a maior queda mensal observada desde março de 2014. As compras de insumos e matérias-primas também devem recuar nos próximos seis meses.
Por fim, os empresários estimam recuo dos novos empreendimentos e serviços, como aponta o índice de 43 pontos do mês passado. O indicador caiu 7,9 pontos em relação a maio (50,9 pontos) – a maior retração mensal desde novembro de 2014 – e 2,8 pontos frente a junho de 2017. Consequentemente, a perspectiva de evolução do número de empregados recuou 3,6 pontos entre maio (49,1 pontos) e junho (45,5 pontos).