OIT elogia política de salário mínimo no Brasil

3 de junho de 2013

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) elogiou as políticas de valorização de salário mínimo e o programa Bolsa Família como instrumentos para a redução da pobreza no Brasil. Em relatório divulgado nesta segunda-feira, a entidade destacou a importância de um sistema amplo de cobertura do salário mínimo e de uma política adequada de estabelecimento do nível desse salário como parte dos esforços para ampliar a proteção social. Além disso, num cenário em que há menor demanda de países avançados, os ganhos do salário mínimo ajudam estimular a demanda doméstica.

“No Brasil, um salário mínimo mais forte e o Bolsa Família são duas das mais citadas medidas para explicar a redução da pobreza, que estimulou o motor da economia do país”, diz trecho do relatório “Reparando o tecido econômico e social”. Entre 2003 e 2013, o ganho real do salário mínimo no Brasil foi de 70,49%, segundo dados do Dieese.

Também foram destacadas as políticas da China — parte da estratégia para reduzir desigualdade e rebalancear a economia —, do Reino Unido — que tinha abolido o salário mínimo nos anos 80, mas o retomou com sucesso nos anos 90 —, e até dos Estados Unidos — onde é visto como meio para reduzir pobreza.

Entre os aspectos positivos da política de salário mínimo no Brasil, segundo a OIT, estão a cobertura ampla — aplica-se a todos os trabalhadores, independente do setor — e o nível do salário. A OIT destacou, ainda, que o aumento do salário mínimo no Brasil se traduziu em ganhos para os grupos de renda média.

Segundo a OIT, o papel do salário mínimo no estímulo à demanda doméstica em tempos de crise pode ser visto em algumas economias da América Latina. Uma das explicações é que os trabalhadores com ganhos mais baixos têm propensão maior a consumir, ou seja, grande parte do que se ganha a mais de renda é direcionada ao consumo.

FONTE: O Globo, 03 de junho de 2013