Para os mais jovens, trabalhar com o que gosta e equilibrar trabalho e vida pessoal é mais importante que ganhar bem, diz pesquisa

23 de julho de 2019

Pesquisa da CNDL e SPC também revela que profissionais da geração Z priorizam projetos financeiros e profissionais sobre objetivos como construir família.

Por Karina Trevizan

 


 

Pesquisa traça perfil da geração Z e mostra prioridades de jovens no RS — Foto: Reprodução/RBS TVPesquisa traça perfil da geração Z e mostra prioridades de jovens no RS — Foto: Reprodução/RBS TV

 

Ganhar bem não é a principal prioridade dos jovens quando eles pensam sobre os desejos que têm sobre sua vida profissional. Segundo pesquisa sobre os planos futuros de pessoas na faixa etária de 18 a 24 anos, uma boa remuneração é a 4ª na lista de prioridades – atrás de trabalhar com o que se gosta, ter equilíbrio entre a vida profissional e pessoal e ser reconhecido pelo que faz.

A pesquisa foi feita em conjunto pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e Sebrae, e ouviu 801 jovens entre fevereiro e março deste ano. Os números também mostram que, para os jovens, assumir um cargo de liderança é a última das prioridades na lista dos indicativos de sucesso profissional.
Para o levantamento, os entrevistados foram perguntados sobre o que, para eles, representa “sucesso profissional”. Veja abaixo as respostas mais citadas (os valores não somam 100% porque os entrevistados podiam escolher mais de uma alternativa):

 

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O estudo também perguntou aos jovens o que eles consideram essencial para ser um adulto feliz e realizado. Em uma lista com cerca de 20 opções, eles poderiam escolher até 3. No topo da lista ficaram desejos relacionados à vida financeira e profissional, como ter uma casa própria, sucesso no trabalho e fazer o que gosta. Enquanto isso, a resposta “casar” ficou na 12ª posição e “encontrar um grande amor”, na 16ª.

Veja abaixo a lista de prioridades dos jovens, segundo a pesquisa:

 

  1. Ter uma casa própria: 20,5%
  2. Ter sucesso no trabalho: 18,0%
  3. Trabalhar no que gosta: 17,9%
  4. Paz interior: 16,8%
  5. Ser feliz na profissão: 14,5%
  6. Ficar rico: 14,4%
  7. Viajar: 14,1%
  8. Aproveitar a vida com amigos e familiares: 14,0%
  9. Ter meu próprio negócio: 13,3%
  10. Ter tempo livre para as coisas que gosto: 11,9%
  11. Poder comprar as coisas que gosto: 11,6%
  12. Casar: 11,1%
  13. Fazer ou ter feito uma faculdade: 10,9%
  14. Ter poupança/ juntar uma reserva de dinheiro: 10,6%
  15. Ter estabilidade no trabalho, trabalhar anos na mesma empresa: 10,3%
  16. Encontrar um grande amor: 8,7%
  17. Ter filho(s): 8,5%
  18. Falar vários idiomas: 8,5%
  19. Sair da casa dos meus pais: 7,9%
  20. Ter carro: 6,7%
  21. Outros: 0,5%
  22. Não tenho prioridades de vida: 3,4%

 

“Se para as gerações anteriores formar família e desenvolver carreira duradoura e estável em uma única empresa era primordial, a Geração Z está disposta a explorar mais as possibilidades profissionais e adiar planos de casamento e filhos, por exemplo”, disse em nota o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), José César da Costa.

A pesquisa também mostra que o medo de não conseguir um emprego é tão grande quanto o de não ter saúde. Na lista de temores mais citados, essas duas respostas ficaram no topo, com 27,9% e 27,3%, respectivamente. Em terceiro lugar, com 24%, ficou o receio de não ter dinheiro para se sustentar.

“Vamos lembrar que esses jovens foram impactados pelas manchetes ininterruptas sobre a recessão, o desemprego, o PIB com baixo crescimento, enfim, sobre as dificuldades do Brasil para fazer a economia engrenar nos últimos anos. Eles também viram isso acontecer em outros países, basta lembrar a crise global de 2008. Então, percebe-se que parte desses jovens teme, de certo modo, passar pelo que seus pais passaram”, diz Costa.

 

G1, 23 de julho de 2019