Pesquisa da CNDL e SPC também revela que profissionais da geração Z priorizam projetos financeiros e profissionais sobre objetivos como construir família.
Por Karina Trevizan
Pesquisa traça perfil da geração Z e mostra prioridades de jovens no RS — Foto: Reprodução/RBS TV
Ganhar bem não é a principal prioridade dos jovens quando eles pensam sobre os desejos que têm sobre sua vida profissional. Segundo pesquisa sobre os planos futuros de pessoas na faixa etária de 18 a 24 anos, uma boa remuneração é a 4ª na lista de prioridades – atrás de trabalhar com o que se gosta, ter equilíbrio entre a vida profissional e pessoal e ser reconhecido pelo que faz.
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O estudo também perguntou aos jovens o que eles consideram essencial para ser um adulto feliz e realizado. Em uma lista com cerca de 20 opções, eles poderiam escolher até 3. No topo da lista ficaram desejos relacionados à vida financeira e profissional, como ter uma casa própria, sucesso no trabalho e fazer o que gosta. Enquanto isso, a resposta “casar” ficou na 12ª posição e “encontrar um grande amor”, na 16ª.
Veja abaixo a lista de prioridades dos jovens, segundo a pesquisa:
- Ter uma casa própria: 20,5%
- Ter sucesso no trabalho: 18,0%
- Trabalhar no que gosta: 17,9%
- Paz interior: 16,8%
- Ser feliz na profissão: 14,5%
- Ficar rico: 14,4%
- Viajar: 14,1%
- Aproveitar a vida com amigos e familiares: 14,0%
- Ter meu próprio negócio: 13,3%
- Ter tempo livre para as coisas que gosto: 11,9%
- Poder comprar as coisas que gosto: 11,6%
- Casar: 11,1%
- Fazer ou ter feito uma faculdade: 10,9%
- Ter poupança/ juntar uma reserva de dinheiro: 10,6%
- Ter estabilidade no trabalho, trabalhar anos na mesma empresa: 10,3%
- Encontrar um grande amor: 8,7%
- Ter filho(s): 8,5%
- Falar vários idiomas: 8,5%
- Sair da casa dos meus pais: 7,9%
- Ter carro: 6,7%
- Outros: 0,5%
- Não tenho prioridades de vida: 3,4%
“Se para as gerações anteriores formar família e desenvolver carreira duradoura e estável em uma única empresa era primordial, a Geração Z está disposta a explorar mais as possibilidades profissionais e adiar planos de casamento e filhos, por exemplo”, disse em nota o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), José César da Costa.
A pesquisa também mostra que o medo de não conseguir um emprego é tão grande quanto o de não ter saúde. Na lista de temores mais citados, essas duas respostas ficaram no topo, com 27,9% e 27,3%, respectivamente. Em terceiro lugar, com 24%, ficou o receio de não ter dinheiro para se sustentar.
“Vamos lembrar que esses jovens foram impactados pelas manchetes ininterruptas sobre a recessão, o desemprego, o PIB com baixo crescimento, enfim, sobre as dificuldades do Brasil para fazer a economia engrenar nos últimos anos. Eles também viram isso acontecer em outros países, basta lembrar a crise global de 2008. Então, percebe-se que parte desses jovens teme, de certo modo, passar pelo que seus pais passaram”, diz Costa.