PIB da Construção Civil fecha 2018 com retração de 2,5%

8 de março de 2019

Principal causa do resultado negativo foi o corte nos investimentos públicos, que afetaram diretamente o segmento de infraestrutura

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Segundo economista da CBIC, para o País crescer a um ritmo mais acelerado, serão necessárias ações
que ajudem, principalmente, na recuperação dos setores da construção e indústria (Créditos: bogdanhoda/ Shutterstock)

 

Dados consolidados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o Produto Interno Bruto (PIB) nacional fechou 2018 com crescimento de 1,1% frente ao ano anterior, alcançando R$ 6,8 trilhões. Apesar do resultado, a construção civil se destacou de maneira negativa, com recuo de 2,5% no período. É o quinto ano consecutivo de queda do setor, que acumula uma retração de 27,7% desde 2014.

A principal causa do resultado negativo do PIB da construção foi o corte nos investimentos públicos, que afetaram diretamente o segmento de infraestrutura. Segundo o vice-presidente da área de Infraestrutura da Câmara Brasileira da Construção (CBIC), Carlos Eduardo Lima Jorge os investimentos públicos têm reduzido de forma crescente nos últimos cinco anos.

“O modelo de investimentos em parceria com o capital privado não conseguiu ainda deslanchar de modo satisfatório, seja por despreparo da administração pública, como também pela ausência de mecanismos adequados de financiamento de longo prazo”, ressalta Lima Jorge.

Os dados do IBGE apontam que, na comparação do quarto trimestre com o terceiro trimestre de 2018, a construção oscilou de maneira positiva (0,1%), entretanto, em relação ao quarto trimestre de 2017, declinou 2,2%.

De acordo com o economista da CBIC, Luís Fernando Melo Mendes, “apesar da redução das incertezas e da recuperação da confiança do consumidor e dos empresários, o investimento e o mercado de trabalho ainda estão fracos, devido principalmente à perda de dinamismo do setor da construção nos últimos anos”.

Ele afirma que para o País crescer a um ritmo mais acelerado, sem pressões inflacionárias, serão necessárias ações que ajudem, principalmente, na recuperação dos setores da construção e indústria.

Ainda, segundo o economista, com os números atuais, caso a construção cresça a taxas de 1% ao ano, somente em 2050 o setor voltará ao patamar de 2014. Se o crescimento ocorrer a taxas de 2% ao ano, somente em 2035, e a taxas de 4% ao ano somente em 2026. “O encolhimento do setor foi muito intenso e profundo e o cenário ainda é preocupante”, conclui Mendes.

 

 

Atividades Imobiliárias

A alta do PIB brasileiro foi impulsionada pelo segmento de serviços, inclusive atividades imobiliárias que registrou elevação de 3,1%, a maior alta entre os serviços. O segmento de atividades imobiliárias inclui trabalhos de incorporação, comércio e administração de imóveis, serviços de habitação para os proprietários de imóveis, além do aluguel das unidades.

Na comparação do quarto trimestre com o terceiro trimestre de 2018, o PIB das atividades imobiliárias teve oscilação positiva de 0,7%. Frente ao quarto trimestre de 2017, o aumento foi de 3,4%.

 

AECWeb, 08 de março de 2019