Economista é o convidado do programa “Entre Vistas” desta quinta-feira, a partir das 22h, na TVT.
A Previdência Social, os direitos humanos e um projeto de desenvolvimento para o Brasil são os principais assuntos abordados com o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira no programa Entre Vistas, que vai ao ar nesta quinta-feira (11), às 22h, na TVT. Em meio à ocasião dos 100 dias de governo de Jair Bolsonaro o apresentador Juca Kfouri pede ao convidado para apontar alguma coisa certa feita nesse período.
“Eu acho que é impossível. Dizem que no Ministério de Minas e Energia existe um bom ministro… É possível, mas esse governo, pra mim, não é um governo ruim, é um governo ‘do mal’. É uma vergonha para os brasileiros, é um governo que não está governando. Pode haver um ministro ou outro que não faz ideologia e tem que cuidar de problemas estritamente técnicos, como é Minas e Energia. Mas o resto, o Bolsonaro e seus ministros da Educação, das Relações Exteriores, eles não governam, eles fazem discurso, fazem tuítes pra vender uma ideologia autoritária, fascista, de uma violência muito grande. E isso deixa a mim e acho que a muitos brasileiros, envergonhados”, afirmou.
Sobre Paulo Guedes, Bresser-Pereira logo reforça ser um grande crítico do neoliberalismo defendido pelo o ministro da Economia de Bolsonaro. “O Brasil não cresce desde 1990 devido às políticas neoliberais que têm sido implementadas”, diz. “E ele quer vender o Brasil a qualquer custo”.
Para Bresser-Pereira, mesmo os anos mais prósperos durante os mandados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram alcançados mais devido ao boom das commodities, que alavancou as exportações do país, do que por políticas econômicas. Segundo o economista, os problemas fundamentais do Brasil são: ter perdido capacidade de fazer poupança pública e, assim, fazer investimento público; e desde 1990 o investimento privado tem sido desestimulado, com taxa de câmbio apreciada e juros altos. “Com isso, as empresas têm dificuldade de investir”, explica.
Sobre a Previdência, o economista defende que algum tipo de reforma é necessário, mas diz ser completamente contrário as propostas de mudar o Benefício de Prestação Continuada (BPC), a aposentadoria rural e condena o modelo da capitalização. “A Previdência pública é algo que povos civilizados devem ter, é a garantia de uma velhice digna.” Por outro lado, Bresser-Pereira defende o fim da aposentadoria por tempo de serviço. Para ele, a lógica da aposentadoria pública é garantir a dignidade na velhice, independente do tempo de trabalho que o cidadão tenha tido durante a vida.
O programa Entre Vistas com Bresser-Pereira conta com a participação de Fernanda Cardoso, professora da Universidade Federal do ABC (UFABC), e Júlia Reis Nogueira, secretária de Combate ao Racismo da CUT.