QVT e seu enfoque estratégico para o aumento da produtividade e humanização das organizações
Em 1950 surgiu o conceito de qualidade de vida no trabalho (QVT), quando Eric Trist (1909-1993) e colaboradores realizaram estudos objetivando o entendimento da relação indivíduo-trabalho-organização. Mas foi apenas na década de 70 que surgiu o movimento pela QVT, com destaque para os Estados Unidos.
Pode-se considerar que qualidade de vida no trabalho compreende um aspecto da qualidade de vida do indivíduo. Segundo o projeto desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), qualidade de vida é “a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Logo, o trabalho é parte essencial nesse contexto, uma vez que ele é capaz de instituir identidade e oferecer sentido e significado à vida.
Fernandes (1996, p. 45-46) entende a qualidade de vida no trabalho como a “gestão dinâmica e contingencial de fatores físicos, tecnológicos e sociopsicológicos que afetam a cultura e renovam o clima organizacional, refletindo-se no bem-estar do trabalhador e na produtividade das empresas”. Ou seja, a qualidade de vida no trabalho engloba desde o cumprimento de padrões legais até o fortalecimento de uma cultura organizacional que deve considerar a QVT como elemento estratégico para o aumento da produtividade e humanização da organização.
A qualidade de vida no trabalho incentiva fatores essenciais para o aumento da produtividade em uma organização como a motivação e a satisfação das necessidades do indivíduo que, por sua vez, se identifica com os propósitos da organização. Esse modelo também é pautado na participação dos colaboradores na tomada de decisão, na inovação do sistema de recompensas, na reestruturação do trabalho e melhora no ambiente organizacional.
É válido frisar que existem diferentes percepções dos autores sobre a QVT e tendo isso em vista, Chiavenato apresenta um apegado geral de fatores determinantes, como abaixo:
• Satisfação com o trabalho executado;
• Possibilidade de futuro na organização;
• Reconhecimento pelos resultados alcançados;
• Salário percebido;
• Benefícios auferidos;
• Relacionamento humano na equipe e na organização;
• Ambiente psicológico e físico de trabalho;
• Liberdade de atuar e a responsabilidade de tomar decisões;
• Possibilidade de estar engajado e de participar ativamente. (CHIAVENATO, 2014, p. 420)
O enfoque da organização na qualidade de vida no trabalho implica em diversos benefícios, como: a redução do absenteísmo e da rotatividade, promoção da saúde e segurança, integração social e desenvolvimento das capacidades humanas. E esse esforço conjunto entre indivíduo e organização possui como objetivo final o aumento na motivação, na satisfação e no desempenho dos colaboradores.
Administradore.com, 10 de julho de 2018