Desde o golpe, a política de desmonte do Estado empurrou 23,3 milhões de pessoas para viver abaixo da linha da pobreza. Os dados são da FGV Social, órgão de pesquisa ligado à FGV (Fundação Getúlio Vargas) e mostram que 11,2% da população brasileira voltou a viver com menos de R$ 203 por mês.
Esse número representa mais do que a população do Chile , representando uma elevação do número de miseráveis de 33% nos últimos 4 anos. Foram 6,3 milhões de novos pobres, segundo pesquisa.
A campanha do golpe em 2015, insuflada pela mídia conservadora, era de que afastar Dilma Rousseff colocaria o Brasil de volta nos trilhos. Passados três anos, o país retrocedeu em diversas áreas e o governo ilegítimo trouxe de volta ao país uma política que privilegia o mercado financeiro em detrimento da geração de emprego e de renda.
Nos governos Lula e Dilma e mobilidade social era ascendente. Entre 2002 e 2015, o rendimento cresceu para todos as classes sociais: a renda dos 20% mais ricos aumentou 23% nesse período, enquanto a dos 20% mais pobres superou os 80% de incremento.
Agora, no governo do golpe a população viu a sua renda cair. Entre 2016 e 2017, um milhão e quinhentas mil pessoas voltaram à camada mais pobre da população. Em 2017, a classe E aumentou 9%, ou seja, 1,5 milhão de pessoas deixaram classes sociais superiores e retornaram à base da pirâmide. Também entre os mais ricos houve retrocessos. Oitocentos mil pessoas saíram das classes A e B. A retração foi de 2,7% e 0,7% nessas classes, respectivamente.
Os dados são parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), realizada pelo IBGE.
Vermelho, 31 de agosto de 2018.