Emprego com carteira assinada: alta é sustentada por serviços e salários menores

27 de setembro de 2019

País abriu 121.387 vagas em agosto; saldo no ano é de 530 mil. Quem entra segue ganhando menos e desligamentos por “acordo” superam trabalho intermitente e parcial.

 


País teve melhor saldo para agosto desde 2013, mas economia segue oscilando – REPRODUÇÃO

 

O celebrado resultado do emprego formal em agosto, com a criação de 121.387 vagas com carteira, melhor saldo desde 2013, não pode ser visto como sinal de recuperação da economia, que segue oscilando. Mais da metade do saldo do mês passado veio do setor de serviços: 61.730 postos de trabalho a mais. E o salário de quem entra no mercado continua inferior em comparação com os que saem.

De acordo com os dados divulgados ontem (25), o salário médio de admissão, em agosto, foi de R$ 1.619,45. Já o ganho médio dos demitidos era de R$ 1.769,59. Diferença de aproximadamente 8,5%, para menos.

O estoque de empregos formais em agosto chegou a 39,004 milhões. No seu melhor momento para o mês, em 2014, era de 41,150 milhões, ou 2 milhões a mais. Os resultados mensais mostram que o recorde de vagas, em agosto, foi registrado em 2010: saldo de 299.415.

No ano, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) tem saldo de 593.467 postos de trabalho com carteira assinada. A maior parte é do setor de serviços: 354.638. Também crescem a indústria de transformação (94.425), a construção civil (96.575), a administração pública (16.594) e a agropecuária (79.329). O comércio fecha 58.893 vagas. Em 12 meses, o saldo é de 530.396, crescimento de 1,38% no estoque.

O trabalho intermitente resultou em 6.573 vagas em agosto. O trabalho parcial, 2.650. Total: 9.223. Metade dos desligamentos por “acordo” entre patrão e empregado que chegou a 18.420.

 

RBA, 27 de setembro de 2019