Na região, foram fechados 576 postos de trabalho, especialmente na indústria, em serviços e no comércio
O mercado formal de trabalho teve um forte recuo em março. No Brasil, foram fechadas 43.196 vagas com carteira assinada, no Estado outras 1.211 e, no oeste, 576.
Na região, os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) só são tabulados para os sete maiores e apenas três deles tiveram saldo positivo: Guaíra (36), Assis Chateaubriand (32) e Medianeira (18). Já a maior queda foi registrada em Cascavel, com fechamento de 221 vagas, seguido por Foz do Iguaçu (-166), Toledo (-152) e Marechal Cândido Rondon (-123).
O cenário é bastante diferente de março do ano passado, quando esses municípios tinham aberto 886 postos de trabalho, dos quais 525 só em Cascavel.
Apesar do tombo de março, no trimestre o saldo é positivo: 2.813 empregos no oeste, 27.114 no Paraná e 179.543 em todo o País.
Por setores
Na região, quatro dos principais setores fecharam postos de trabalho em maio. A indústria perdeu 321 empregos, serviços perderam 124, comércio teve saldo negativo de 97 e a agropecuária, de 50. Na construção civil o desempenho foi fraco, mas positivo: 19 empregos gerados.
No acumulado do primeiro trimestre, todos têm saldo positivo, mas apenas comércio e agropecuária conseguiram resultados melhores. O primeiro saiu de -88 para +17, e o segundo de +87 para +148. Os demais tiveram queda: indústria soma 584 contra 1.282 no mesmo período do ano passado; serviços somam 1.683 contra 2.112; e construção civil, 441 contra 468.
No País, foi o comércio quem puxou o desempenho ruim com saldo negativo de 28.803, seguido da agropecuária (-9.545), da construção civil (-7.781), da indústria de transformação (-3.080) e de serviços industriais de utilidade pública (-662).
Três setores tiveram resultado positivo em março: Serviços, Administração Pública e Extrativa Mineral. Nos serviços, foram criados 4.572 empregos, impulsionados pelo subsetor de ensino, que abriu 11,7 mil vagas, e pelo de Transporte e Comunicações, que gerou 7,1 mil novos postos.
A Administração Pública teve o segundo melhor resultado para o mês, com a geração de 1.575 vagas, acompanhada pela Extrativista Mineral, que abriu 528 vagas.
Só oito estados tiveram crescimento
Em março, o emprego foi positivo em apenas oito dos 27 estados: Minas Gerais (5.163 postos); Goiás (2.712); Bahia (2.569); Rio Grande do Sul (2.439); Mato Grosso do Sul (526); Amazonas (157); Roraima (76) e Amapá (48). Os maiores saldos negativos foram registrados em Alagoas (-9.636 postos); São Paulo (-8.007), Rio de Janeiro (-6.986); Pernambuco (-6.286) e Ceará (-4.638). O Paraná fechou 1.211 empregos.
Entre as regiões, a maior queda ocorreu no Nordeste, com o fechamento de 23.728 vagas de emprego formal. No Sudeste, foram encerrados 10.673 postos; no Norte, 5.341; no Sul, 1.748; e no Centro-Oeste, 1.706.
“Movimento da sazonalidade”, diz secretário
Brasília – O aumento do desemprego formal em março é, segundo técnicos do governo, uma postergação das demissões que costumam ocorrer no mês de fevereiro. De acordo com o secretário de Trabalho da Secretaria Especial da Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo, trata-se de um “movimento natural da sazonalidade”, em função das contratações de fim de ano. “Ao que parece, os empresários seguraram mais os trabalhadores, até pelo Carnaval, que foi no mês de março”, disse.
O resultado negativo não frustrou as expectativas do secretário: “Não frustra porque é um movimento natural da sazonalidade. Mês passado tivemos um volume de contratações muito acima das expectativas, inclusive do mercado. Com isso, na média entre os dois meses, o crescimento do número de postos gerados está em linha com o que se esperava”, disse Dalcolmo durante a coletiva na qual foram apresentados os números.
Em março, o mercado formal de trabalho apresentou saldo negativo de 43.196 empregos com carteira assinada, resultado de 1.216.177 admissões e de 1.304.373 demissões no período.
Já em fevereiro, o saldo do número de vagas formais havia ficado positivo, com 173.139 admissões (1.453.284 admissões e 1.280.145 demissões). Com isso, no acumulado do bimestre (fevereiro/março), o saldo está em 129.943.
A expectativa do secretário é de que, com o crescimento da economia, “que ainda não é forte mas tende a se acelerar ao longo do ano” – e com a aprovação reforma da Previdência -, a situação melhore nos próximos meses.
Segundo o secretário, abril costuma ser um mês “bastante positivo” devido às contratações para o Dia das Mães.