Brasil ganhou 14 mil novos milionários em 2018, diz estudo

12 de julho de 2019

Grupo dos que possuem fortuna elevada subiu para 185,5 mil pessoas no país, um avanço de 8% em relação a 2017. No mundo, número de milionários caiu pela 1ª vez após 7 anos seguidos de avanço.

 

 

 

No ano passado, 14 mil brasileiros entraram para o grupo dos que possuem patrimônio acima de US$ 1 milhão, segundo relatório anual sobre riqueza mundial da consultoria Capgemini. Com isso, o número de milionários no Brasil cresceu 8%, passando de 171,5 mil pessoas para 185,5 mil.

O estudo considera os chamados HNWIs (high net worth individuals, em inglês), que possuem fortuna maior que US$ 1 milhão, excluindo a residência de moradia, artigos colecionáveis e bens de consumo duráveis.

Trata-se do 2º ano seguido de alta no número de milionários no país. 

Apesar do aumento do número de milionários no Brasil no último ano, o patrimônio total deste grupo recuou 3% no período, para US$ 4,4 trilhões, segundo o levantamento.

O relatório World Wealth Report 2019 mostra que, no mundo, o número de milionários caiu pela 1ª vez em 2018 (-0,3%) depois de 7 anos seguidos de crescimento do patrimônio total das pessoas com alta renda. Na comparação com o ano anterior, houve queda de 3%, algo como US$ 2 trilhões a menos.

O estudo mostra uma grande concentração dos milionários. Estados Unidos, Japão, Alemanha e China reuniram no ano passado 61% do total da população global de indivíduos de alta renda.

No mundo, o país mais atingido com a queda de patrimônio foi a China, que sozinha, foi responsável por mais da metade (53%) das perdas na Ásia-Pacífico e mais de 25% da queda na riqueza global.

“A riqueza dos HNWIs diminuiu em quase todas as outras regiões: 4% na América Latina, 3% na Europa e 1% na América do Norte. No entanto, o Oriente Médio contrariou a tendência, gerando um crescimento de 4% no patrimônio dos HNWIs e aumentando a população de alta renda em 6% devido ao forte crescimento do PIB e desempenho do mercado financeiro”, afirma o relatório.

O grupo dos ultra-ricos (fortuna acima de US$ 30 milhões) diminuiu em 4% e viu seu patrimônio encolher em cerca de 6%, respondendo por 75% da redução total da riqueza global no ano.

Milionários intermediários (com algo entre US$ 5 milhões a US$ 30 milhões) representaram outros 20% do declínio total. E o segmento inicial, com indivíduos com patrimônio entre US$ 1 milhão a US$ 5 milhões (ou quase 90% da população das pessoas de alta renda) foi o menos afetado em 2018, já que sua riqueza caiu menos de 0,5%, segundo o relatório.

“Apesar do declínio da riqueza, a confiança e a satisfação dos HNWIs nas empresas de gestão de patrimônio evoluiu 3% para cima em relação aos mais altos níveis já alcançados. No entanto, o relatório revelou uma oportunidade significativa para que os fundos de wealth (riqueza) abordem de forma proativa as crescentes expectativas dos indivíduos de alta renda.

 

G1, 12 de julho de 2019