A produção industrial brasileira recuou 0,3% na passagem de junho para julho, o terceiro resultado negativo consecutivo. É o que apontam dados da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada nesta terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desde a posse de Jair Bolsonaro na Presidência da República, a perda acumulada é de 1,7%.
Já no trimestre encerrado em julho, a queda chega a 1,2%. A produção retraiu ainda mais na comparação com julho do ano passado (-2,5%), além de registrar decréscimo também nos últimos 12 meses (-1,3%). A exemplo de seu antecessor, Michel Temer (MDB) – que governou de 2016 a 2018 –, Bolsonaro não tem uma política industrial e conduz o Brasil à reprimarização da economia (ou seja, retrocede o País a mero exportador de matérias-primas).
Entre as grandes categorias industriais, a queda de junho para julho foi puxada pelos bens de capital, isto é, as máquinas e equipamentos (-0,3%), e pelos bens intermediários – os insumos industrializados usados no setor produtivo (-0,5%). Por outro lado, os bens de consumo tiveram alta no período e evitaram um desempenho pior da indústria no mês. Os bens semi e não duráveis cresceram 1,4% no período, enquanto os bens duráveis avançaram 0,5%.
Onze das 26 atividades industriais tiveram queda na passagem de junho para julho, com destaque para outros produtos químicos (-2,6%), bebidas (-4,0%) e produtos alimentícios (-1%). Entre as 15 atividades com crescimento, o principal destaque ficou com as indústrias extrativas, que tiveram alta de 6%.
Vermelho, 04 de setembro de 2019