Construção abrirá 26 mil vagas no PR em 2013

17 de dezembro de 2012

O setor da construção civil deve contratar 26 mil pessoas no Paraná em 2013 segundo estimativa do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) com base em uma sondagem realizada com 300 empresas no estado. O volume significa uma alta de 16,4% em relação a esse ano, o maior avanço desde o começo da série histórica iniciada em 2002. Obras públicas e prestadores de serviços devem puxar as contratações.

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O setor da construção deve fechar 2012 com um crescimento de 4% o volume de trabalhadores no Paraná, para 155,9 mil pessoas. Em Curitiba, com o mercado imobiliário estável, não houve crescimento no número de empregados, que deve se manter em 78 mil. A projeção, no entanto, é que em 2013 sejam criadas 13 mil vagas nos canteiros de Curitiba e Região Metropolitana, segundo expectativa do Sinduscon.
Se confirmado, o volume de empregos na construção no estado será mais de quatro vezes superior o que emprega uma montadora como a Renault. “O que vemos é uma retomada do setor de obras públicas, com os investimentos da Copa do Mundo, já que estamos a um ano e meio do evento. Também há uma expectativa de que o estado, que investiu muito pouco em obras nos últimos dois anos, invista mais em 2013 ”, diz Normando Baú, presidente do Sinduscon. Somente o PAC da Copa contempla investimentos de R$ 862,4 milhões em 13 empreendimentos – entre estádio, mobilidade urbana e aeroportos.
Das 300 empresas entrevistadas, 58% vão aumentar seus quadros em 2013 e 37% manter. “Ainda se trata de uma expectativa, mas a sondagem é um indicativo do que poderemos ter em 2013” afirma.
Segundo a sondagem do Sinduscon, a área de prestação de serviços – empresas que atuam na construção de fábricas, reformas e pavimentação, por exemplo – esperam aumentar em 19,7% seus quadros em 2013. As companhias de obras públicas, por sua vez, projetam contratar 17,5% mais. As incorporadoras, porém, dizem que vão aumentar em apenas 2,3% o número de funcionários, o que indica que o mercado imobiliário deve viver mais um ano de estabilidade.
Oferta e procura
Apesar do grande volume de vagas geradas pela construção, Baú diz que não se preocupa com a possibilidade de faltar mão de obra. “Há uma migração de pessoas de outros setores para a construção, atraídas pelos salários melhores. Fizemos um feirão de emprego nesse ano e 14 mil pessoas participaram”, lembra.
Mas os salários do setor devem continuar pressionados. Graças principalmente ao boom imobiliário, o setor da construção civil viu os salário médio do setor crescer 143% desde 2003, para R$ 1496,10. O rendimento médio geral do trabalhador cresceu 106% no período.

Migração
Empresas “importam” mão de obra
Com 20% dos seus negócios voltados para obras públicas, a Trocon Engenharia tem “importado” mão de obra do Nordeste para dar conta da demanda por empregados. Segundo Waldemar Trotta Júnior, sócio da empresa, 48 dos 300 funcionários da empresa vieram de fora. “Há uma pressão de mão de obra e de custo importante no setor. É uma preocupação para o próximo ano, se essas obras saírem do papel”, diz ele. Atualmente a Trocon está tocando algumas obras do PAC em Curitiba. A empresa constrói casas, ruas, rede de esgoto e água e terraplanagem, além de escolas e creches. “Há casos de empresas que estão trazendo bolivianos e haitianos para trabalhar nos canteiros”, acrescenta.
Para ele, se as obras de infraestrutura começarem a deslanchar, os custos devem começar a ficar pressionados. “Haverá alguma migração de mão de obra do setor imobiliário para a prestação de serviços e para obras públicas, mas é a lei da oferta e da procura que vai determinar custos. Hoje a rotatividade é alta”, afirma.

 

Fonte: Gazeta do Povo 15.12.2012