Os números são favoráveis para a indústria da construção civil, que viu seu rendimento cair apenas 3,09% nos últimos 12 meses enquanto outros segmentos industriais e comerciais sofreram com queda de até 50%.
Os dados foram apresentados em matéria publicada pelo Jornal O Paraná desta segunda-feira (16). A matéria mostra também que os últimos meses deste ano podem ser ainda melhores para o setor devido às reformas de fim de ano.
Confira abaixo a matéria completa com a entrevista de Valdecir da Luz Barcelos, presidente da Acomac (Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção).
Enquanto alguns setores do comércio e indústria chegam a ter quedas superiores a 50%, os empresários do segmento de materiais de construção têm respirado aliviados com a redução de apenas 3,09% no acumulado dos últimos 12 meses.
O impacto da crise econômica não tem sido tão significativo para o setor, confirma o presidente da Acomac (Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção), que responde pela região Oeste, Valdecir da Luz Barcelos.?
“No fim das contas, nosso setor tem sido privilegiado, pois realmente caiu muito pouco. Embora a Caixa Econômica Federal tenha cortado o financiamento para a compra e aquisição de imóveis novos, houve um detalhe nisso, pois o que aconteceu? Quem estava querendo comprar e não conseguiu, fez o quê? Está reformando o que tem. Mesmo com a tendência de a Caixa não ter mais essas linhas de financiamento, não tivemos grande impacto porque fez com que o proprietário reformasse a residência que tem”, pontua.?
O ápice das vendas do setor ocorre nos próximos meses, com as conhecidas reformas de fim de ano.
“É uma época atípica, com visita de parentes, de receber muita gente em casa, então acaba sendo nosso maior movimento, pois o cliente opta por uma reforma num cômodo, decide pintar a casa, arrumar a fachada, entre outros. Os empresários estão otimistas, inclusive prevemos crescimento para as vendas no fim de ano”, pontua o presidente e também empresário do ramo.
Segundo ele, a perspectiva é de um 1crescimento de 4% a 8% nesse período. O faturamento das empresas, por sua vez, se manteve. A explicação para isso é por conta dos preços dos materiais, que sofreram pesados reajustes.
“O comparativo é que o número de peças que vendia ano passado era muito maior que o deste ano. O faturamento pode ter aumentado, mas o número de peças diminuiu, assim como as vendas”, detalha.?
O preço aumentou e não foi pouco para o consumidor final, admite o empresário. São impostos somados aos custos da produção que alavancaram os valores. Informação essa que o motorista João Carlos Toledo sente no bolso.
“É de se assustar ao ver os preços nas lojas de construção. Uma pequena reforminha, coisa boba, acaba com o orçamento de qualquer um. Quando comecei uma pintura em casa, não imaginava que gastaria tanto”, comenta o consumidor.?
No segmento de material de construção, a linha elétrica é a que mais subiu, especialmente os fios de cobre. Por outro lado, o cimento teve uma redução.
(Com informações de Crislaine Güetter)
Jornal O Paraná – 16/11/2015