O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (30) que a população desocupada no país já de 13,4 milhões de pessoas, crescimento de 10,2% (mais 1,2 milhão de pessoas) frente ao trimestre de outubro a dezembro de 2018 (12,2 milhões).
Enquanto isso, a população ocupada caiu 0,9%, ou seja, menos 873 mil brasileiros no mercado de trabalho.
A população chamada subutilizada (28,3 milhões), que poderia estar trabalhando, é recorde da série, com altas em ambas as comparações: mais 5,6% (1,5 milhão de pessoas) em relação ao trimestre anterior e de 3,0% (mais 819 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre de 2018.
Também subiu o número entre as pessoas que desistiram de procurar emprego, as chamadas desalentadas, hoje são 4,8 milhões. O número subiu mais 3,9% (180 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior.
O economista Marcio Pochmann, ex-presidente do Instituto de Economia Aplicada (Ipea), diz que essa situação é mais um sinal de que a reforma trabalhista não foi feita para criar emprego ou melhorar a previdência, mas para retirar direitos.
Na sua avaliação, com a gestão ultraliberal avançando por conta do governo Bolsonaro, a administração federal cada vez mais arrisca restringir gradualmente a oferta de serviços públicos logo a partir de agosto devido à asfixia de recursos e à ameaça de retomada da recessão econômica no Brasil.
Diante desse quadro, segundo o economista, nova servidão avança no Brasil. “Somente o segmento da mineração, que ocupa 1 milhão de trabalhadores, possui 4/5 submetidos à terceirização, cuja jornada de trabalho é extendida e o rendimento auferido equivale a menos de 3/4 do recebido por 20% que são contratados diretamente”, explicou.