Desespero governista leva deputados a agredirem lideranças estudantis

24 de maio de 2019

Que o Brasil vive tempos sombrios todo mundo já sabe, assim como sabe-se também que temos um governo sem projeto para tirar o país da crise, fomentar a economia, criar empregos e melhorar a educação e saúde públicas. Pelo contrário o presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores só falam em destruir.

Por Francisca Rocha*

 

 

 

Foto:Maiakovski Pinheiro /Ubes
 Pedro Gorki, presidente da Ubes, é agredido por seguranças da Câmara dos Deputados
 Pedro Gorki, presidente da Ubes, é agredido por seguranças da Câmara dos Deputados

 

 

Mesma postura que teve o ministro da (des)Educação, Abraham Weintraub teve ao participar de uma audiência pública nas comissões de Educação e Trabalho, Administração e Serviço Público, da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (22). Ao saber que a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marianna Dias e o presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Pedro Gorki falariam, numa atitude arbitrária, o ministro se retirou da audiência. “Eu não quero falar com a UNE, nem com a UBES. Eles não foram eleitos”, disse ele. 

Foi a deixa para parlamentares desprovidos de educação atacarem os jovens. Numa atitude de total desrespeito às normas de civilização, o deputado Delegado Waldir (PSL-GO) partiu para a agressão aos gritos e com palavras de baixo calão, seguido por outros agressores.

“A gente não é bandido, não. Por que a gente que quer falar é tratado dessa forma? A gente veio dialogar com o ministro e é tratado desse jeito?”, protestou Marianna. Já Gorki emendou: “O compromisso deles não é com o futuro. Eles querem que a garotada do povo não se interesse pelo Brasil. Não querem que a gente tenha uma escola de qualidade”. 

A atitude intempestiva dos deputados federais da base governista Delegado Waldir (PSL/GO) e Delegado Éder Mauro (PSD/PA) agredindo os representantes da juventude é inaceitável na Casa do Povo que é, ou deveria ser, a Câmara dos Deputados. Mostra o desespero de um governo sem eira nem beira, que se vê ameaçado por inúmeras acusações de ilícitos.

O movimento educacional responde a essas agressões contra quem valoriza a educação como deve ser e defende mais investimentos em educação pública como forma de vencer a crise e superar as mazelas sociais causadas pela desigualdade.

Ademais, a juventude precisa ser tratada com respeito e motivada a defender seus interesses e a nação. Como dia a música “Coração de Estudante”, de Milton Nascimento e Wagner Tiso: “E há que se cuidar do broto.pra que a vida nos dê flor, flor e fruto”. 

 

 * Francisca Rocha é secretária de Assuntos Educacionais e Culturais do Sindicato dos Professores de Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), secretária de Saúde da Confederação Nacionaldo Trabalhadores na Educação (CNTE) e dirigente da Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil (CTB-SP).

 

Vermelho, 24 de maio de 2019