Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que existe um explícito recorte na sociedade brasileira no mercado de trabalho quanto a raça/cor, escolaridade e sexo.
Por Ana Luíza Matos de Oliveira*
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, com dados de 2016, conforme tabela a seguir, mostra que, se naquele ano a taxa média de desocupação foi de 11,3%, ela foi muito menor entre as pessoas com ensino superior completo (5,8%), contra 15,7% entre as pessoas com ensino fundamental completo ou ensino médio incompleto.
Por sua vez, a taxa de desocupação média dos homens foi de 10,1%, 2,8 pontos percentuais a menos do que entre as mulheres, onde alcançou 12,9% naquele ano.
Já a diferença das taxas de desocupação entre brancos e negros (considerados pretos e pardos neste grupo) também é muito significativa: enquanto entre os brancos esta taxa foi de 9,1%, entre os negros foi de 13,2%. Esse dado é um indicativo das diferenças dos índices socioeconômicos entre negros e brancos no Brasil, que mostra que ainda falta muito para repararmos o passado escravocrata e o presente racista do Brasil.
*Ana Luíza Matos de Oliveira é economista (UFMG), mestra e doutoranda em Desenvolvimento Econômico (Unicamp), integrante do GT sobre Reforma Trabalhista IE/Cesit/Unicamp
Vermelho, 23 de novembro de 2018