O enfraquecimento do ritmo de crescimento econômico contribui para manter em patamares elevados as taxas de desemprego no país e, por tabela, os níveis recordes de inadimplência do consumidor, afirma a Serasa Experian. Na quinta-feira passada, o IBGE divulgou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Continua. E apesar de a taxa de desemprego ter encerrado o segundo trimestre em 12,4%, em queda em relação a 13,1% registrada no primeiro, é fato que o desemprego seguiu elevado. Ao final do segundo trimestre de 2017 a taxa estava no patamar de 13%.
A disparidade salarial entre as regiões do país é outra evidência apresentada pelo IBGE. O salário médio na região Norte é 30% inferior ao recebido, em média, pelo trabalhador na região Sudeste. No segundo trimestre, era de R$ 800,00 a fronteira erguida entre o poder de compra desses dois trabalhadores.
O blog decidiu cotejar as taxas de desemprego observadas na PNAD Contínua por regiões com as taxas de inadimplência calculadas pela Serasa Experian e há grandezas numéricas correspondentes. A Serasa informa que alguns estados da região Norte (Roraima, Amapá e Amazonas) acusam inadimplência do consumidor superior a 50% da população adulta. Nessa região, mostra a PNAD Contínua, ao final do segundo trimestre, a taxa de desemprego era de 12,7% — maior que a brasileira de 12,4%.
A inadimplência do consumidor em estados como Rio Grande do Sul e Santa Catarina (região Sul) em julho estava abaixo de 35% entre a população adulta. Segundo a PNAD Contínua, nessa região, a taxa de desemprego encerrou o segundo trimestre em 8,4%.
A Serasa Experian destaca em seu relatório divulgado, nesta terça-feira, o crescimento da inadimplência dos idosos. Embora não seja a mais elevada, foi a que mais cresceu nos últimos dois anos.
Em julho deste ano, 35,1% dos brasileiros com mais de 61 anos de idade estavam com contas atrasadas. Se comparado ao mesmo período de 2016, a inadimplência desse público registrou crescimento de 2,6 pontos percentuais, diz a Serasa que chama atenção para o fato de a faixa etária mais inadimplente continuar sendo a dos adultos entre 36 e 40 anos. Aqui estão 47,2% dos brasileiros inadimplentes.