Juízes federais e trabalhistas param atividades hoje

8 de novembro de 2012

“Juízes federais e trabalhistas insatisfeitos com os salários e com o desequilíbrio dos três poderes paralisaram as atividades ontem e vão permanecer debraços cruzados até o fim da tarde de hoje, com objetivo de dar visibilidade à causa. O movimento é liderado pelas duas maioresentidades de classe das categorias, a Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) e a Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho). Em Cascavel, a adesão foi total. Aproximadamente oito juízes continuam hoje o protesto e não realizarão audiências e despachos– salvo as medidas urgentes.O juiz federal da 3ª Vara do Trabalho de Cascavel, Sidnei Cláudio Bueno, explica que são dois motivos que norteiam a manifestação dos juízes. O primeiro deles é preocupação com aestruturação da república do Brasil, que teoricamente pressupõeum equilíbrio entre os poderes.“O que temos visto nos últimos anos é o comprometimento de algumas delas. O executivo mantém o poder sobre o legislativo etambém quer sobre o judiciário. Porém, nenhum poder deve subjugar o outro. É necessário um equilíbrio e nós queremos que eleseja restabelecido”, comenta. “Ao lado do reequilíbrio, queremos a reposição das perdas inflacionários que afetaram nossos subsídios. Desde 2006 nãohouve reposição em cerca de 30%”, explica. Ele também enfatiza que a classe não postula aumento real dos salários, mas somente as perdas acumuladas e que deveriam ser revistas todos os anos.O juiz também ressalta que, caso não houver a garantia das prerrogativas mínimas, a carreira de juiz federal pode começara não ser mais atrativa. “Quem for prestar concurso vai optar por outras categorias, que têm salário maior. Além disso, outros benefícios que muitos acreditam que temos não existem.A magistratura federal não tem verba de gabinete, FGTS, carros oficiais, auxílio-moradia e outros. Também não podemosabrir um comércio e só podemos dar aula em uma instituição de ensino”, diz.Caberá ao Congresso Nacional acatar ou não a taxa final de reajuste: as entidades prometem procurar parlamentares durante aparalisação para negociar um novo patamar salarial. Os magistrados também querem negociar a atualização dos salários de acordo com o tempo de serviço.(Pedro Sarolli)”

Fonte: Jornal Hoje, 07 de novembro de 2012