Movimentos sociais convocam trabalhadores, estudantes e a sociedade organizada a voltar às ruas dia 5 de novembro, em todo país. O objetivo é cobrar mudanças na economia, defesa da democracia, dos direitos e justiça para Marielle.
Por Walter Félix, do PCdoB na Câmara
Flávia Calé, Guilherme Boulos, Iago Montalvão, Pedro Gorki e Raimundo Bonfim – Richard Silva/PCdoB na Câmara
Após protesto nesta quarta-feira (30), em Brasília, movimentos sociais convocam trabalhadores, estudantes e a sociedade organizada a voltar às ruas dia 5 de novembro (terça-feira), em todo país. O objetivo do movimento é cobrar mudanças na política econômica, uma agenda de desenvolvimento, defesa da democracia, dos direitos e punição para os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes.
Com o lema ‘Por justiça para Marielle, por democracia e por direitos, Basta de Bolsonaro!’, a convocação do ato ocorreu em entrevista no Salão Verde da Câmara dos Deputados.
A manifestação, assim como o protesto desta quarta – que reuniu bancários, metalúrgicos, petroleiros, professores e servidores públicos, entre outros segmentos – será organizado por centrais sindicais, pela União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES) e entidades ligadas às frentes Brasil Popular e Povo sem Medo.
Segundo o presidente da UNE, Iago Montalvão, os movimentos repudiam as políticas do governo e não aceitarão que os ataques à democracia patrocinados pelo bolsonarismo sejam mantidos, que as instituições continuem a ser atacadas e os direitos sociais retirados. “Exigiremos que se esclareça o que aconteceu com Marielle e que a justiça seja feita”, disse.
O líder do MTST, Guilherme Boulos, explicou que a manifestação é para cobrar uma resposta às investigações sobre quem mandou matar a vereadora do Psol, assassinada em 14 de março de 2018, além de dar um basta aos desmandos do governo Jair Bolsonaro.
“Os resultados das investigações são muito graves. Quando se coloca a família do presidente da República em relação direta com criminosos, assassinos, milicianos, que são acusados de matar Marielle Franco, a crise política brasileira entra em outro patamar. A família de Jair Bolsonaro e sua relação com a milícia tem que ser investigada”, afirmou.
De acordo com Flávia Calé da Silva, presidente da Associação Nacional dos Pós-graduandos, a insatisfação do segmento com os rumos do atual governo é muito grande. “A tentativa de cercear a pesquisa, de censurar institutos de pesquisas como o INPE e a Fiocruz, de calar a Universidade – não só com cortes, mas também com censura – não pode ser permitida”, disse.
“O presidente devia estar preocupado com o óleo que mancha as praias do litoral brasileiro, em resolver o problema dos incêndios criminosos e o desmatamento da Amazônia, em acabar com os mais de 13 milhões de desempregados em nosso país. Mas ele tenta privatizar os nossos bancos e empresas públicas e fere de morte a nossa soberania”, afirmou Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares (CMB).
Para o dirigente, a mobilização do povo e dos movimentos sociais na próxima terça é fundamental para exigir um basta no governo Bolsonaro.
“Vamos às ruas dia 5 lutar para que nosso povo, especialmente a juventude, possa sonhar com um futuro que não seja o de um país que virou escombros, de um país sem democracia. Mas sim de um país que acolha todo o seu povo”, assinalou o presidente da UBES, Pedro Gorki.
Vermelho, 31 de outubro de 2019