Nova redução de juros: sindicalistas veem conservadorismo, empresários elogiam

12 de dezembro de 2019

Na última reunião de 2019, Comitê de Política Monetária fez mais um corte de maneira unânime, enxergando condições favoráveis para economia brasileira.

 

Para o Banco Central, existe ‘tração’ na recuperação da economia brasileira – BETO NOCITI/BC/DIVULGAÇÃO

 

Em outra decisão esperada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduziu a taxa básica de juros (Selic) em meio ponto percentual, para 4,5% ao ano. A decisão foi unânime, ao encerramento dos dois dias de reunião, a última de 2019, no início da noite desta quarta-feira (11). Foi o quarto corte seguido. A próxima reunião será em 4 e 5 de fevereiro.

Segundo informe divulgado logo depois do encontro, “o processo de recuperação da economia brasileira ganhou tração”, e o Copom avalia que essa retomada seguirá em ritmo gradual.  O colegiado vê ainda no cenário externo “ambiente relativamente favorável para economias emergentes” e inflação “em níveis confortáveis”.

A Força Sindical divulgou nota em que considera a decisão tímida e insuficiente para impulsionar a “debilitada” economia brasileira. “O governo, com seu velho e costumeiro conservadorismo, segue mantendo a economia estrangulada, inibindo os investimentos no setor produtivo, que gera emprego e renda, e impedindo a geração de novos postos de trabalho formais, cuja falta vem penalizando milhões de famílias brasileiras”, afirma o presidente da entidade, Miguel Torres.

Já o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, que hoje (11) fez homenagem a Jair Bolsonaro, considerou a decisão acertada. “Essa medida reduz o custo da dívida pública, mantém o Brasil no caminho de uma taxa compatível com as práticas internacionais e tem potencial para afetar toda a estrutura de juros no sistema financeiro nacional”, afirmou. “É necessário avançar com mais celeridade na microeconomia das taxas de juros para promover a redução dos spreads e do custo de capital para as empresas.”

 

RBA, 12 de dezembro de 2019