Em apenas um ano, o número de reclamações de consumidores no Procon contra construtoras cresceu 86,33%. Segundo o órgão de Defesa do Consumidor, em 2011 foram realizados 183 atendimentos aos consumidores por atraso na entrega da obra, defeitos e qualidade do material utilizado. No ano seguinte, o número totalizou 341 atendimentos. O crescimento está ligado ao aumento do número de imóveis em construção e, consequentemente, do número de empresas atuando na cidade, conforme análise de Normando Baú, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon). “É um crescimento vegetativo normal dentro de um contexto, mas que não deve ser ignorado”, diz.
“Não podemos desvincular estes problemas do subproduto do boom verificado no setor da construção civil”, esclarece Baú. O dirigente pontua a dificuldade da mão de obra qualificada e também a oferta de material para atender a grande demanda.
Outro ponto observado por Baú se refere ao fato das empresas líderes em reclamações serem grandes players do mercado e com sede em outros estados. Segundo o Procon, no ano passado, a MRV e PDG, ambas de outros estados, lideraram o número de reclamações. “Neste caso eu vejo a gestão da empresa, caracterizada pelo gigantismo da operação, como um dos problemas. Não é o dono que está vendo e acompanhando a obra, mas um gerente”, pontua.
Bau acredita que estes problemas serão minimizados ao longo dos próximos anos. Ele cita o fato do número de lançamentos de unidade estar em queda. Em 2011, houve o lançamento de 14 mil unidades e, em 2012, esse número caiu para 9 mil. “O mercado entendeu que não tem como manter o crescimento na proporção dos anos anteriores”, diz.
Fonte: Bem Paraná, 28 de janeiro de 2013