Há uma famosa frase que diz: “no momento da dificuldade encontra-se a oportunidade”. A oportunidade é uma ocasião favorável, uma situação que vem para beneficiar quem a aproveita. Aliás, a própria bíblia, um livro tão antigo, já orientava, em diversas passagens que se deve aproveitar as oportunidades. Há pessoas que uma vida inteira enfrentam dificuldades e só passam a mudar de vida quando conseguem identificar uma oportunidade. Para outros, tudo parece ir muito bem até que por algum infortúnio a dificuldade bate à porta. Mesmo nestas ocasiões, é necessário atenção para não deixar passar as oportunidades.
Foi isso que aconteceu com a Edileuza Fernandes Monteiro Girotto, hoje a professora Edi. Ela era acadêmica de direito e tudo em sua vida parecia estar tomando o rumo certo, já que ela veio de uma família de advogados.
“Só que o meu marido ficou doente e a nossa situação ficou bem difícil, então não pude dar sequência ao curso. Foi aí que alguns amigos me indicaram o Pronatec, por que na época eu não tinha condições de pagar um curso e eles sabiam que eu tinha boa mão para a produção de alimentos”.
Edileuza então se inscreveu para participar do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) e fez cursos de panificação e confeitaria. Quando estava encerrando o curso de confeitaria, foi convidada então para dar aulas na escola em que se formou.
Edileuza já dá aula há mais de um ano e já lecionou em várias cidades da região. Ela não se arrepende de ter mudado radicalmente de planos e a cada dia se encanta ainda mais com a nova oportunidade, a de ensinar o que aprendeu.
“É uma satisfação muito grande esta troca de conhecimentos. Minha avó sempre dizia que sabedoria tem que se passar e hoje eu sou uma mulher de 45 anos, mãe de três filhos, que está completamente realizada em poder contribuir com as pessoas”.
Assim como Edileuza, André Francisco dos Santos também buscou a qualificação profissional por meio do Pronatec e hoje também capacita futuros profissionais.
“Eu já trabalhava na produção de alimentos e tinha o conhecimento prático, mas fui à busca de mais conhecimento nesta área. Jamais imaginei que eu poderia sair da linha de produção e passar a dar aulas”, conta André.
Além do crescimento profissional, o jovem também traz no seu currículo o sucesso alcançado nas Olimpíadas do Conhecimento, uma competição de educação profissional organizada pelo Senai (Serviço Nacional do Aprendizado Industrial).
“Logo que eu terminei meu curso passei a me preparar para as Olímpiadas e fiquei em 3º lugar no Estado. Depois disso passei a dar aulas”.
O Pronatec é um programa criado pelo governo federal com o objetivo de ampliar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica. São oferecidos a estudantes, na modalidade integrada ao Ensino Médio e também para jovens e trabalhadores que buscam capacitação ou aperfeiçoamento profissional.
Senai e Senac oferecem17 opções de curso
Em Cascavel o Senai e o Senac (Serviço Nacional de Aprendizado Comercial) oferecem vagas pelo Pronatec, e são mais de 15 cursos gratuitos. São vagas para o período da manhã, tarde e noite. Parte dos cursos já tem data para começar nesta semana.
Para se inscrever pelo CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) é preciso ter entre 16 e 59 anos, renda familiar de até três salários mínimos e ser inscrito no Cadastro Único. Mas de acordo com a orientadora pedagógica do Senai, Joana Biavatti, o encaminhamento aos cursos também é realizado para quem solicita o seguro desemprego pela segunda vez no período de 10 anos, além da inscrição online, que no caso de vagas remanescentes abre a oportunidade para todos que estudaram o ensino fundamental e médio em escolas públicas.
“Nestes casos a inscrição é feita a partir de 10 dias antes do início do curso diretamente na página do Pronatec”.
Joana relata que o Senai conta atualmente com 80 vagas aprovadas pelo Mec (Ministério da Educação) e que a meta é alcançar 2.600 vagas. Apesar de gratuito, algumas vagas ainda não têm a procura esperada, mas de acordo com a orientadora do Senai, no geral a procura é boa.
“Nós temos uma unidade de capacitação em marcenaria no Bairro Morumbi, que foi implantada no início de 2012. Este curso tem uma procura um pouco menor, mas acreditamos que é mais por falta de conhecimento desta opção”.
Ela conta que além de Edileuza e André, há muitos exemplos de alunos que buscaram a capacitação gratuita e melhoraram a condição de vida.
“Temos, por exemplo, o caso de duas alunas que fizeram o curso de costura e quando encerraram a capacitação abriram uma fábrica de confecção”.
Fonte: cgn.uol.com.br
