Enquanto políticas do governo brasileiro impulsionam o desmatamento e o uso de agrotóxicos, verdes cresceram nas últimas eleições para o Parlamento Europeu.
DIVULGAÇÃO/ITAMARATY
Economista diz que é preciso avaliar impactos nos setores econômicos antes de comemorar acordo
O economista e ex-ministro Luiz Gonzaga Belluzzo, professor na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), diz que qualquer avaliação sobre o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia é precipitada, já que os termos da negociação não foram reveladas. As impressões, para o economista, são que os europeus estão preocupados com o futuro do comércio mundial, por conta das disputas entre Estados Unidos e China, por isso pressionaram pelo acordo, para garantir área de influência. A questão ambiental é outro fator que pode travar a concretização do acordo, que precisa ser aprovado pelor parlamentares de cada bloco.
O economista destaca que os europeus devem acabar “enquadrando” o governo brasileiro em temas ambientais. Ele diz que essas questões ganharam peso ainda maior após o crescimento do Partido Verde, nas últimas eleições para o Parlamento Europeu ocorridas em maio, e podem representar entraves para a concretização do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, que precisa de aprovação dos representantes.
Enquanto a sociedade europeia manifesta preocupação cada vez maior em relação ao meio ambiente, o Brasil segue “na contramão de patinete”, diz Belluzzo. “O que é perigosíssimo, pois pode ser atropelado”, afirmou em entrevista ao jornalista Glauco Faria, para o Jornal Brasil Atual, nesta segunda-feira (1º).
Clique aqui e ouça a entrevista.