Receita da construção civil subiu mais de 23% em 2010, segundo IBGE

18 de junho de 2012

As obras de infraestrutura – que representam o grupo de maior peso dentro da indústria da construção – viram sua participação no valor das incorporações, obras e serviços executados por empresas do setor diminuir de 49,6%, em 2009, para 46,9% em 2010.Apesar desta queda na participação percentual, houve aumento no valor das construções deste grupo, que saltaram para R$ 99,6 bilhões, em 2010, ante R$ 81,7 bilhões, no ano anterior.Em 2010, o valor das incorporações, obras e serviços executados pelas empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas atingiu R$ 212,5 bilhões, assinalando um crescimento real de 20,9% em relação a 2009.Os dados constam da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) 2010, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (15).Outro grupo que também viu sua participação diminuir foi o de edificações industriais, comerciais e outras edificações não residenciais, cujos produtos responderam por R$ 31,1 bilhões em 2010, representando 14,6% do total das obras ou serviços da construção. Em 2009, este grupo tinha participação de 18,9%.De acordo com o IBGE, esta queda de participação pode ser explicada pelo recuo da construção de edifícios comerciais, como shoppings, supermercados e lojas, que passou de R$ 10,7 bilhões em 2009 para R$ 8,1 bilhões em 2010.
Em sentido contrário, o grupo de obras residenciais viu sua participação saltar de 16,2%, em 2009, para 20,6%, em 2010. Este ganho de participação deve-se, principalmente, aos edifícios residenciais, que passaram de R$ 26 bilhões em 2009 para R$ 39,4 bilhões em 2010.De acordo com o IBGE, esta queda de participação pode ser explicada pelo recuo da construção de edifícios comerciais, como shoppings, supermercados e lojas, que passou de R$ 10,7 bilhões em 2009 para R$ 8,1 bilhões em 2010.Esse crescimento está relacionado ao aumento do crédito imobiliário e do número de unidades financiadas, influenciados pela redução das taxas de juros e ampliação dos prazos de financiamento, expansão da renda e do emprego, e alterações no marco regulatório do crédito imobiliário, conforme explica o IBGE.DadosA pesquisa do IBGE indica que, em 2010, as incorporações, obras e serviços das empresas de construção chegaram a um total de R$ 258,8 bilhões, um aumento real de 23,3% em relação a 2009.Excluindo-se as incorporações, o valor das obras e serviços da construção atingiu R$ 250,0 bilhões, dos quais R$ 107,0 bilhões – ou 42,8% do total – vieram de obras públicas, participação ligeiramente menor do que em 2009 (44%).A receita operacional líquida foi de R$ 245,2 bilhões, registrando expansão real de 23,4% sobre 2009.O número de empresas ativas com uma ou mais pessoas ocupadas na indústria da construção foi de 79,4 mil em 2010, um aumento de 24,6% em relação às 63,7 mil empresas de 2009 e de 50,2% em comparação com as 53 mil de 2007.“Embora a atividade econômica como um todo tenha passado por uma fase de turbulência decorrente da crise internacional entre o último trimestre de 2008 e o primeiro semestre de 2009, a atividade de construção teve um crescimento contínuo no decorrer do período 2007-2010, favorecido por diversas medidas, como a desoneração do IPI nos materiais de construção, aumento dos desembolsos do BNDES, expansão do crédito imobiliário e investimento em obras do PAC, entre outras”, destaca o estudo do IBGE.SaláriosEm 2010, as empresas de construção empregaram cerca de 2,5 milhões de pessoas, número superior aos 2 milhões de pessoal ocupado total em 2009.Os gastos com salários, retiradas e outras remunerações foram de R$ 41,9 bilhões, com um salário médio mensal de R$ 1.300, 8,7% superior em relação a 2009 (R$ 1.196). O valor médio pago em 2010 repetiu o resultado do ano anterior, aproximadamente 2,6 salários mínimos mensais.Entre as regiões, o Sudeste deteve a maior participação em pessoal ocupado (56,1%) e no valor das incorporações, obras e serviços da indústria da construção (63,6%) em 2010.Porém, o Nordeste teve o maior crescimento entre 2007 e 2010, passando de 17% para 19% e de 11,7% para 13,8%, respectivamente. O Centro-Oeste também teve crescimento, de 7,2% para 7,6% e de 6,8% para 7,4%, pela ordem.Segundo o IBGE, as duas regiões se beneficiaram dos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Programa Minha Casa, Minha Vida e dos preparativos para a Copa do Mundo em 2014.

Fonte: G1, 16 de junho de 2012