De acordo com Dieese, caso não houvesse a atual fórmula – criticada por Hamilton Mourão – que garante reajuste com base na variação do PIB e da inflação, valor estaria ainda mais distante do ideal.
O salário mínimo dos brasileiros poderia ser ainda menor sem a atual política de valorização, implementada em 2004 no governo Lula, como ressalta o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio. Atacado nesta terça-feira (26) pelo vice-presidente, Hamilton Mourão, que vê o reajuste anual calculado a partir da variação do Produto Interno Bruto (PIB) e pela inflação do ano anterior como uma “punição” aos empresários, o salário mínimo poderia ser de R$ 573, ante o valor atual de R$ 998.
“Há um aumento de R$ 425 decorrente da política de valorização do salário mínimo, justamente esse aumento que o vice-presidente critica”, afirma o diretor técnico em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual.
Pela proposta de Mourão, a manutenção do valor básico aconteceria a partir da correção da inflação, a despeito do fato de o salário mínimo no Brasil ainda estar distante do valor considerado ideal, como indica o Dieese. De acordo com a entidade, o piso nacional deveria ser de R$ 3.960,57, valor estimado para suprir as necessidades básicas de uma família de quatro pessoas.
Clemente defende a manutenção da política de valorização como fundamental para que o salário mínimo cresça e esteja mais próximo do que garante a Constituição. “(A manutenção da política atual) faz a economia crescer, enfrenta as desigualdades, diminui as injustiças e faz com que a economia tenha uma dinâmica mais produtiva”, pontua o especialista do Dieese, acrescentando que em abril, quando o governo deverá encaminhar as diretrizes para o orçamento da União de 2020, será possível saber se a intenção do governo de Jair Bolsonaro pela revisão se confirmará.
Clique aqui e Ouça a entrevista