Trabalhadores encontram saídas em novas modalidades de emprego

30 de agosto de 2018

No primeiro semestre de 2018, foram criadas 392 mil vagas; 5% delas são de trabalho intermitente, nova modalidade foi aprovada em novembro de 2017.

Hoje, o Brasil tem 13 milhões de desempregados e cinco milhões de pessoas que desistiram de procurar emprego. Até o primeiro semestre deste ano foram criadas 392 mil vagas, sendo apenas 21 mil delas de trabalho intermitente.

Essa é uma nova modalidade de trabalho regulamentada em novembro de 2017, onde a pessoa trabalha por alguns dias ou algumas horas e recebe por elas.

A equipe do Profissão Repórter teve dificuldade para encontrar uma empresa que concordasse em mostrar na prática como funciona esse tipo de contratação. Foram sete negativas até que um supermercado de Campinas, no interior de São Paulo, autorizasse a gravação. A rede contratou 15 operadoras de caixa pelo regime intermitente. Elas trabalham só aos domingos e feriados.

Uma das contratadas é Marilucia Aparecida Alves, que ganha em torno de R$ 300 por mês. “É lógico que a gente preferia trabalhar todos os dias, mas enquanto não surge uma oportunidade, né”.

 

Taxa de subutilização também é um problema no país; Bahia tem a segunda maior

Segundo o IBGE, 39,7% das pessoas na Bahia poderiam trabalhar 8 horas por dia, mas são subutilizadas. Além da taxa de desemprego, esse índice mostra a situação que o Brasil vem passando.

Nilzete da Assis trabalhou 11 anos como vendedora em uma loja. Hoje ela dá aula de reforço para crianças durante a semana, cobrando R$ 60 por mês, o que dá uma média de R$ 3 por aula.

No distrito de São Roque do Paraguaçu, o fechamento de um estaleiro desempregou mais de 7 mil pessoas. Em 2010, a empresa Sete Brasil foi criada para contratar 28 navios-sonda, que explorariam poços de petróleo na camada do pré-sal; seis deles seriam construídos na região.

A revelação em delação premiada de um esquema de corrupção entre os estaleiros da Sete Brasil impediu um financiamento do BNDES para o projeto. Somado a queda no preço do petroleo, o estaleiro começou a dispensar funcionários; alguns deles estão há três anos sem emprego com carteira assinada.

“Quando você trabalha, chova ou faça sol, o dinheiro cai na conta. Pescando, o dinheiro cai na conta como? “, reclama Reginaldo Souza, um dos demitidos do estaleiro.

 

Mulheres na construção civil

Stêvão Limana e Juliano Castro são estudantes de jornalismo da Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Eles foram selecionados para participar do projeto Globo Lab – Profissão Repórter, que escolheu dez reportagens e trouxe os autores para passar uma semana de imersão ao lado da equipe de Caco Barcellos em São Paulo.

Os dois contaram a história das pedreiras Eva e Vanilda, que ganham a vida na informalidade. Assim como elas, 40% das pessoas ocupadas no Brasil estão no trabalho informal. A repórter Danielle Zampollo esteve com os estudantes e conheceu mais um pouco a batalha das trabalhadoras na construção civil. Confira a reportagem completa acima.

 

G1, 30 de agosto de 2018