Compreendendo que as eleições em curso se constituem na batalha que já galvaniza todas as demais – como em todas as eleições presidenciais de nossa história – é indispensável a participação ativa da classe trabalhadora, com extensão de seu sistema de representação sindical.
Passados dois anos de um enado conluio golpista que propagandeou à opinião pública brasileira a retomada da estabilidade democrática, o crescimento econômico e a melhoria da vida de nosso povo, constata-se hoje que tais promessas foram meios ilusórios e a sua resultante, ao contrário, aprofundou a instabilidade institucional e a deterioração socioeconômica, exemplo disso são as taxas recorde de desemprego no país.
Esse quadro expressa o fracasso do golpe e, por conseguinte, a dispersão política – até pouco dias atrás – dos segmentos que o patrocinaram.
O povo, de seu jeito e sob suas condições, expressa sua contrariedade a isso. A descrença e a revolta destacam-se. Contudo, a mais marcante manifestação contínua é para que o ex-presidente Lula retome o comando político do Brasil. Por isso eles o encarceraram e buscam torná-lo inelegível.
Esse conjunto de fatores levou que o establisment, liderado pelo rentismo – de fora e do país – enquadrasse e reunificasse suas forças para essa batalha eleitoral que se avizinha. Essa reaglutinação, apesar de não determinar sua vitória, cria melhores condições de sua competitividade.
E de nossa parte?
Se antes já era imprescindível uma ampla frente democrática e patriótica contra essa ofensiva, hoje, torna-se indispensável que, no mínimo, as forças da esquerda brasileira unam-se desde já.
A banca escolheu Geraldo Alckmin, do PSDB, para dar continuidade à agenda entreguista e antitrabalho do desastroso governo Michel Temer e de tudo fará para mostrar que eles que não são irmãos siameses.
A CTB, lastreada por sua concepção classista e inspirada nos dizeres daquele que nasceu há 200 anos, não se isenta dessa estratégica disputa. Pelo contrário, a elege como foco principal e se soma a todas as forças políticas democráticas e progressistas que propugnam, desde agora, unir forças para evitar a legitimação de uma agenda regressiva e que ataca nosso povo e, em particular, a classe trabalhadora brasileira.
Ao mesmo tempo, convocamos as bases sindicais, filiadas e amigas da CTB, a impulsionarem o Dia do Basta, no próximo dia 10 de agosto.
Mãos à obra!
*Divanilton Pereira é presidente nacional em exercício da CTB e secretário-geral adjunto da Federação Sindical Mundial