VALORIZAÇÃO DO TRABALHADOR

25 de março de 2014

“Ta vendo aquele edifício moço? Ajudei a levantar (…)”. A letra desta música interpretada por Zé Ramalho é o retrato do que se passa na vida de um trabalhador da construção civil. Somos nós, trabalhadores, que construimos este país e nem sempre recebemos o valor que merecemos. Mas é aí que eu convido os companheiros a refletirem. Será que não nos dão o valor devido ou nós mesmos é que, muitas vezes, não estamos nos valorizando?

O trabalhador da construção civil de hoje, tem um salário bom, é um consumidor ativo, tem crédito em banco, em lojas, compra carro, terreno, material de construção, é claro que com muita sabedoria na administração de seu salário e com economias, mas sim, consegue conquistar seus objetivos.

É por isso, que precisamos nos dar o devido valor. Como cidadãos que somos, precisamos assumir nosso posto na sociedade. É claro que não vamos deixar de nos empenhar em nosso trabalho, não vamos deixar de cumprir com nossas obrigações, mas sim, devemos nos dar o respeito para sermos respeitados.

“Valorização do Trabalhador”, um tema importante para ser discutido dentro de uma Sipat – Semana Interna de Prevenção a Acidentes de Trabalho. Ainda mais, quando o assunto é preparado por um líder sindical. A Construtora Conceito concedeu nesta semana aos seus trabalhadores justamente esta oportunidade, discutir acerca da valorização do trabalhador.

Todo ano nesta época, quando encontro trabalhadores a primeira pergunta é: de quanto vai ser o aumento? E isso nos leva a uma questão: Será que o sindicato é só isso? Aumento de salário? É isso também, com certeza, mas não “só” isso. O trabalho do sindicato é ir muito além da negociação salarial é promover a valorização dos trabalhadores, a cidadania.

Para que o trabalhador se sinta valorizado ele precisa de condições dignas de trabalho e um salário bom. Isso temos conquistado a duras penas, mas temos conquistado ao longo dos anos. Queremos melhorar? Claro que queremos. E vamos. Mas precisamos dar uma contrapartida, que diz respeito à nossa segurança e saúde no trabalho.

O sindicato bate todos os dias na mesma tecla: uso de equipamentos de proteção individuais e coletivos. O trabalhador que se dá valor usa os EPI´S e exige que o patrão forneça, mesmo quando vai trabalhar informalmente, num “bico” ou até mesmo quando está construindo sua casa própria. Porque se ele se acidentar fora do horário de expediente quem vai pagar a indenização? Não adianta fazer tudo certinho na frente do engenheiro, do técnico em segurança ou dos diretores do sindicato, é preciso fazer tudo certo sempre, pela sua própria consciência.

Temos trabalhado também para superar o uso de álcool e drogas pelos trabalhadores. Este, infelizmente, é um mal que tem assolado a sociedade como um todo e não é uma situação que ocorre só na construção civil. Mas o problema é que o trabalhador da construção está exposto a muitos riscos e o uso de entorpecentes tira dele o reflexo necessário para se proteger no caso de um acidente, que como o nome já diz é acidente, não tem como prever. Por isso, o único jeito é prevenir. Estar sóbrio e utilizar equipamentos de proteção.

O que pretendo com este texto é deixar registrada nossa preocupação e trabalho para que o trabalhador valorize sua saúde e sua vida para que possa viver com mais qualidade, produzir por mais tempo e ser mais feliz.

 

Roberto Leal Americano

Presidente do Sintrivel